Selic sobe, juros nos EUA estacionam: onde investir no exterior?

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Jan 31, 2025 - 15:42
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Selic sobe, juros nos EUA estacionam: onde investir no exterior?

As recentes decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos podem desestimular investidores brasileiros a buscar oportunidades no exterior. Afinal, por que alocar capital lá fora, especialmente em renda fixa, se os investimentos domésticos estão tão atrativos? A resposta está na diversificação, segundo especialistas.

Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, disse que investir no exterior permite acesso a mercados e setores não disponíveis localmente, além de mitigar riscos específicos do país, como instabilidades políticas ou econômicas.

“A diversificação geográfica pode proteger o portfólio contra flutuações adversas na economia brasileira além de oferecer oportunidades de crescimento tanto em economias emergentes quanto desenvolvidas, sem falar que investimentos em moeda forte, como o dólar, rendendo 4-5% ao ano são extremamente interessantes”.

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Renda fixa americana


Os Treasuries (equivalente aos papéis do Tesouro Direto brasileiro) são os mais recomendados pelos especialistas. O rendimento do título do Tesouro dos EUA de 10 anos, por exemplo, chegou a flertar com os 5% recentemente. Atualmente, a taxa está na casa dos 4,5%. Bem menor do que no Brasil, onde o rendimento do Tesouro Prefixado 2031 está acima dos 15%.

José Maria, coordenador de estratégia da Avenue, lembrou que, apesar do diferencial de juros favorável ao Brasil, as taxas americanas continuam elevadas em um contexto histórico. “Desde a crise financeira de 2008, não víamos juros tão altos. Tivemos uma década e meia de juros muito baixos, e hoje as taxas continuam bastante atrativas, principalmente para prazos médios e longos”.

O especialista também disse que a comparação entre os retornos em diferentes moedas deve ir além das taxas nominais. “Comparar 5% em dólar com 10% ou 15% em real não é a mesma coisa. Até porque o ano passado a gente viu 27% de desvalorização cambial que basicamente compensou a questão do risco país, por assim dizer”, disse.

E a divida corporativa gringa?


A dívida corporativa pode ficar atrativa em 2025, sugeriu a gigante BlackRock no final de 2024. Esse mercado, no entanto, requer um nível maior de atenção do investidor, pois o risco de contraparte (crédito) e liquidez é superior se comparado aos títulos públicos federais, disse Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimento.

“A escolha de boas empresas e a análise criteriosa de sua saúde financeira e capacidade financeira é mais importante que o nível de taxa de juros oferecida”, afirmou. No caso dos prazos dos títulos escolhidos (tanto governamentais como corporativos), segundo ele, os investidores “menos avessos à volatilidade e com um melhor planejamento financeiro podem optar por prazos mais longos”.

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Renda variável

Bolsa americana se mantém atrativa, segundo os analistas. Mariana Conegero, especialista em investimentos e sócia da The Hill Capital, disse que vale a pena olhar para ações de companhias de tecnologia e inteligência artificial. “Grandes empresas, como Nvidia (NVDC34), Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34), continuam expandindo suas receitas com IA generativa e computação em nuvem”.

Para quem quer diversificação em renda variável, segundo Mariana, ETFs (fundos de índice) como o QQQ, que acompanha o índice Nasdaq, e o XLK, que busca replicar o desempenho do setor de tecnologia do S&P 500, também podem ser boas escolhas. Já ETFs globais, como o VT, focado em empresas do mundo, e fundos de mercados emergentes, como o EEM e o INDA (da Índia), podem “ajudam a mitigar riscos regionais e capturar o crescimento mundial”, disse.

Dólar

José Maria, da Avenue, acredita que a exposição à moeda norte-americana é essencial para reduzir a volatilidade cambial, independentemente do momento do mercado. “O dólar não é caro nem barato, ele deve estar sempre presente na carteira dos brasileiros”, afirmou.

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Para ele, a especulação sobre o câmbio é pouco produtiva. “Há alguns meses, quando o dólar estava em R$ 5,50, muitos achavam que era caro. Agora que caiu para R$ 5,90, já dizem que está barato e que é hora de comprar. Isso mostra como as percepções variam, mas o mais importante é manter uma exposição constante à moeda”.

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