Reajuste anual dos medicamentos não deve animar farmacêuticas da B3; entenda

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Jan 27, 2025 - 21:09
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Reajuste anual dos medicamentos não deve animar farmacêuticas da B3; entenda
Drogasil

A publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o reajuste anual de medicamentos não animou o setor farmacêutico, uma vez que deve ficar abaixo da inflação em 2025.

O movimento ocorre depois de dados negativos que são utilizados no cálculo do indicador. O chamado Fator X, que mede os ganhos de eficiência ao longo do último ciclo, foi estabelecido em 2,45%.

As ações da RD Saúde, ex-Raia Drogasil (RADL3), chegaram a cair forte durante a sessão, mas passaram a ter apenas leves perdas, atenuando em meio aos fortes ganhos do Ibovespa nesta segunda.

Na visão do BBA, o ajuste de preços deste ano provavelmente ficará abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro de 2025. Isso contrasta com os últimos dois anos, quando os ajustes estiveram praticamente alinhados com a inflação acumulada. “Tal cenário pode dificultar a capacidade dos players farmacêuticos sob nossa cobertura de entregar alavancagem operacional, especialmente no segundo semestre de 2025, pois esperamos que a inflação acelere ao longo do ano”, avaliam os analistas.

De acordo com a metodologia estabelecida pela Resolução CMED 01/2015, a fórmula para os ajustes de preços é a seguinte: inflação acumulada (IPCA até fevereiro) – fator X + fator Z + fator Y.

O banco acredita que o impacto negativo do fator X será parcialmente compensado pelo fator Z, que ajusta os preços relativos entre mercados com maior e menor competição. Dado que o fator X foi definido como zero nos últimos dois anos, o fator Z também assumiu um valor de zero durante esse período.

Por fim, em relação ao fator Y, que incorpora a variação da taxa de câmbio e os preços de energia no cálculo, o banco acha improvável que o fator Y contribua positivamente (ou de forma significativa) para o ajuste de preços de medicamentos deste ano com base apenas no componente da taxa de câmbio. No entanto, o componente de preços de energia ainda pode contribuir positivamente, compensando parcial ou totalmente o impacto negativo do fator X.

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“Todas as atenções agora estão voltadas para a publicação dos fatores Z e Y nas próximas semanas, que determinarão se o ajuste de preços de medicamentos ficará, em última análise, abaixo da inflação”, avalia.

O JPMorgan reforça que o aumento anual de preços de medicamentos deve ficar em média em 4%, com preços variando entre 2,8% e 5,2%, dependendo do nível de concentração de mercado do produto – colocando, assim, o aumento médio de preços abaixo da inflação prevista para os próximos 12 meses entre abril de 2025 e março de 2026, que deve atingir o pico em cerca de 6% no período (agosto de 2025), segundo a equipe de macroeconomia do banco.

“Geralmente, o aumento anual de preços tende a acompanhar a inflação – que era nosso cenário base. Dito isso, é uma notícia negativa para o setor, uma vez que o aumento de preços abaixo da inflação deve levar a uma possível perda de alavancagem operacional entre os varejistas e distribuidores de medicamentos, além de representar um obstáculo para potenciais pressões de custo nas empresas farmacêuticas devido à fraqueza da taxa de câmbio”, aponta o JPMorgan.

Nesse contexto, o banco ressalta ser importante ressaltar que as empresas operam com descontos em relação aos preços máximos estabelecidos pela Anvisa, sobre os quais o aumento de preços regulado é aplicado. Assim, podem ocorrer mudanças nas políticas de desconto para amenizar as pressões sobre as margens.

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