Colômbia evita guerra comercial com EUA; comunidade pede mais calma
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BOGOTÁ/WASHINGTON (Reuters) – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, evitou um desastre econômico na última hora, após diplomatas de seu governo e dos EUA chegarem a um acordo sobre voos de deportação, mas a comunidade empresarial colombiana pediu nesta segunda-feira (27) que a questão seja tratada com mais calma, com colombianos lamentando o cancelamento de consultas para obtenção de vistos dos EUA.
O presidente dos EUA, Donald Trump, havia ameaçado punir a Colômbia com tarifas e sanções por se recusar a aceitar voos militares transportando deportados, parte de sua ampla repressão à imigração.
Mas em uma declaração no final do domingo, a Casa Branca disse que a Colômbia havia concordado em aceitar os imigrantes e que Washington não aplicaria penalidades. O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse separadamente que o avião presidencial do país estava pronto para transportar deportados.
O embaixador da Colômbia nos EUA, Daniel García-Peña, um diplomata de longa data e ex-comissário de paz, foi fundamental para a resolução da disputa no final da noite, segundo uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, após discussões “muito tensas”.
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Questionada se Trump havia usado Petro como exemplo para outros países, uma fonte da Casa Branca com conhecimento do assunto disse “totalmente. Sim. Os países têm a obrigação de aceitar voos de repatriação”
“Os Estados Unidos estão simplesmente enviando de volta os criminosos que a Colômbia enviou para os Estados Unidos”, acrescentou a fonte.
A condenação de Petro ao uso de aviões militares, dizendo que os deportados estavam sendo tratados como criminosos e que seu governo é “o oposto dos nazistas”, pareceu irritar Trump mais do que discussões semelhantes com México e Brasil.
O confronto entre Petro e Trump, no cargo há uma semana, ocorreu por meio de publicações inflamadas nas redes sociais, com Petro no X, e Trump no Truth Social.
As medidas anunciadas por Trump, incluindo uma tarifa de 25% sobre todos os produtos colombianos, que aumentaria para 50% em uma semana, e sanções emergenciais bancárias e financeiras do Tesouro, teriam tido um “imenso impacto” sobre a economia colombiana, disse Bruce Mac Master, presidente da associação empresarial ANDI.
“Foi muito preocupante a forma como o presidente abordou o problema, porque ele não estava consciente de todas as consequências que isso teria para o país”, disse Mac Master à Reuters.
“É como se a Colômbia tivesse levantado a mão e dito: ‘Quero fazer parte da briga, por favor, me inclua’. Bem, eles nos incluíram e aprendemos como poderíamos perder muito”, disse Mac Master, acrescentando que líderes de Brasil e do México lidaram melhor com a questão.
Os EUA são o maior parceiro comercial da Colômbia, em grande parte devido a um acordo de livre comércio de 2006, com uma corrente de comércio de 33,8 bilhões de dólares e um superávit comercial de 1,6 bilhão de dólares em favor dos EUA, de acordo com dados do governo norte-americano.
O cancelamento de consultas de visto na embaixada dos EUA em Bogotá frustrou muitas pessoas, que disseram à Reuters que receberam e-mails dizendo que as consultas seriam remarcadas.
O rigoroso processo de visto para colombianos irem aos EUA, inclusive como turistas, pode levar anos e gerar grandes despesas para aqueles que precisam viajar para Bogotá para várias consultas na embaixada.
“Esperamos que o presidente conserte isso”, disse Diosa Camacho, que viajou da cidade oriental de Bucaramanga. Camacho disse que estava no processo de visto há mais de um ano.
Valentina Forero disse que sua família está no processo há dois anos e, embora queira que os deportados sejam tratados com respeito, ela gostaria que a briga tivesse sido tratada de forma diferente.
“Eles deveriam ter discutido isso entre os dois governos e não incluído as pessoas”, disse ela. “Não foi diplomático.”
O Departamento de Estado dos EUA não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento, nem tampouco o gabinete de Petro ou o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.
(Reportagem de Oliver Griffin, Luis Jaime Acosta, Camilo Cohecha e Javier Andres Rojas em Bogotá e Nandita Bose em Washington)
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