Novas regras da Meta prejudicam mulheres: aprenda como se defender

A empresa permite que os usuários publiquem discursos de ódio sobre raça, nacionalidade, grupos étnicos, orientação sexual e identidade de gênero

Jan 26, 2025 - 13:50
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Novas regras da Meta prejudicam mulheres: aprenda como se defender

A Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp atualizou as diretrizes e afrouxou regras para conteúdos enviesados. As alterações fazem parte de uma mudança ampla nas políticas, que também inclui a suspensão do programa de checagem de fatos. O objetivo é, segundo eles, “permitir mais liberdade de expressão ao diminuir as restrições”.

O que mudou?

O documento agora permite a associação de termos relacionados a doenças mentais a gênero ou orientação sexual para expressar opiniões políticas e religiosas. Também flexibilizam restrições a discursos que defendem a limitação de gêneros em determinadas profissões.

Eles removeram, ainda, a proibição de se referir a mulheres como “objetos decorativos ou propriamente objetificá-las em geral” e usar a palavra “isso” para identificar pessoas transgênero e não binárias

Por que isso aconteceu?

Segundo Carine Roos, fundadora e CEO da Newa, organização de impacto social dedicada a criar ambientes de trabalho humanizados e inclusivos, é preciso observar que essas modificações ocorrem em um contexto amplo de retrocessos. Recentemente, a Meta anunciou o fim do programa interno de diversidade, equidade e inclusão. 

Além disso, removeu absorventes dos banheiros masculinos nos escritórios localizados no Vale do Silício, Texas e Nova York. Os temas do messenger lançados para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+ não ficaram de fora: os termos passaram de “orgulho” para “arco-íris”; “transgênero” para “algodão-doce”; e “não-binário” para “pôr do sol dourado”.

Outro apontamento que pauta a discussão é que a atualização é um alinhamento à política de Donald Trump, que assumiu a presidência dos Estados Unidos neste ano. 

As novas regras da Meta prejudicam mulheres, aprenda como se defender
As novas regras da Meta prejudicam mulheres, aprenda como se defenderPexels/Pexels
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Quais são as consequências para as mulheres?

As novas normas afetam diretamente as mulheres, que estão entre os grupos mais vulneráveis devido às desigualdades de gênero que permeiam tanto o ambiente digital quanto o offline. “Elas são frequentemente alvo de assédio virtual, ameaças, vazamentos de conteúdos íntimos sem consentimento e discursos de ódio”, comenta Carine.

“Esses ataques não só afetam a segurança emocional e física, mas também buscam silenciá-las e limitar sua atuação em espaços de poder e visibilidade.”

A vulnerabilidade aumenta ainda mais para mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e para aquelas que ocupam posições de destaque. Isso cria um ambiente hostil e cada vez mais excludente, restringindo a participação plena na sociedade digital.

“As mudanças nas políticas da Meta têm implicações sociais alarmantes e revelam uma disputa de narrativa que busca preservar o status quo econômico, político e social”, explica a especialista.

“Ao enfraquecer as medidas voltadas para a proteção contra desinformação, a companhia desmobiliza esforços de combate a abusos e legitima comportamentos que perpetuam desigualdades estruturais.”

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Para a pesquisadora, permitir a objetificação de mulheres nas plataformas normaliza falas que desumanizam e reforçam estereótipos sexistas. Na prática, isso legitima comportamentos abusivos, como assédio e exploração sexual, além de contribuir para a perpetuação de uma cultura de violência que já impacta milhões.

Como identificar assédio ou crime de ódio online?

A afronta pode ser identificada a partir de comportamentos repetitivos e invasivos, como mensagens ofensivas, ameaças, compartilhamento não autorizado de informações ou imagens e perseguição digital. 

Já os crimes de ódio geralmente envolvem ataques motivados por preconceito, como racismo, misoginia e homofobia. A ação costuma incluir discursos de ódio, xingamentos ou incitação à violência. Se isso causa medo, constrangimento ou intimidação, trata-se de assédio

“A primeira medida é documentar todas as interações: tire capturas de tela, salve links e registre datas e horários. Isso será essencial caso você decida denunciar. Em seguida, denuncie na plataforma e, em casos mais graves, registre um boletim de ocorrência ou procure apoio de organizações especializadas”, indica Carine.

Como se proteger de ataques?

Privacidade nas redes sociais: evite compartilhar informações pessoais como endereço, rotina ou localização em tempo real. 

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Senhas fortes e únicas: use combinações complexas de letras, números e símbolos.

Autenticação em duas etapas: ative essa configuração sempre que possível para proteger suas contas, mesmo que sua senha seja descoberta.

Denuncie e bloqueie: se receber mensagens abusivas, não hesite em usar as ferramentas de denúncia e bloqueio disponíveis.

Ferramentas de proteção: use navegadores privados como DuckDuckGo e VPNs para proteger seus dados enquanto navega. Essas práticas ajudam a minimizar os riscos e tornam sua presença online mais segura.

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