Pix crescerá 35% ao ano até 2027

O Pix, método brasileiro de pagamento instantâneo lançado em 2020 pelo Banco Central, deve crescer 35% ao ano até 2027, ritmo superior ao UPI, sistema de pagamentos instantâneos da Índia, um dos mais usados do mundo, com crescimento previsto de 18% no mesmo período.

A constatação foi feita pelo Beyond Borders 2025, estudo da Ebanx, que oferece métodos de pagamentos locais para sites internacionais e nacionais, responsável por analisar o mercado digital e as tendências de pagamento em economias em ascensão na América Latina, África e Índia.

Segundo a pesquisa, nenhum outro método de pagamento usado em países emergentes deve crescer tanto quanto este em compras on-line. 

O Pix Automático, por sua vez, chega com o potencial de remodelar o mercado digital brasileiro. 

Projeções da pesquisa indicam que o Pix Automático poderá movimentar mais de US$ 30 bilhões em pagamentos recorrentes online em dois anos, um volume significativo para um mercado dominado por cartões de crédito e que atualmente movimenta US$ 50 bilhões por ano no Brasil. 

O estudo também estima que o novo recurso representará 12% do volume de dinheiro movimentado em todas as transações online feitas com Pix em 2027.

Além do Pix e do UPI, outros sistemas de transferências baseadas em conta vão experimentar forte alta no comércio digital até 2027, com expansão média de 28% ao ano.

Seguindo esses meios de pagamento, estão os cartões de débito, com crescimento anual previsto de 24% nesses mercados. Todos esses métodos se destacam no comércio digital por ser em tempo real e sem fricções. 

“Os mercados emergentes estão liderando a mudança global em direção aos pagamentos em tempo real, com inovações que respondem às demandas das populações desses países por rapidez e conveniência. Este é o resultado de uma tendência irreversível na indústria de pagamentos: o desenvolvimento de soluções completamente adaptadas ao comportamento do consumidor local. E nosso estudo mostra como isso está acontecendo”, disse João Del Valle, CEO e cofundador da Ebanx. 

Além disso, de acordo com o estudo, PSE (Colômbia), mobile money (Quênia, Nigéria e outros países africanos) e carteiras digitais (em mercados emergentes) devem crescer anualmente entre 16% e 20% até 2027.

Enquanto métodos alternativos de pagamento ganham espaço em economias emergentes, os emissores de cartões de crédito têm investido em novas funcionalidades e melhorias na experiência do usuário. 

O resultado dessa estratégia é que os cartões de crédito continuam sendo o método de pagamento líder no e-commerce em muitos países emergentes e devem continuar crescendo, a uma taxa de 13% ao ano até 2027.

Entre as inovações destacadas estão novas funcionalidades de segurança, como atualização automática das informações do cartão para transações contínuas, armazenamento das informações do cartão para transações futuras, um protocolo de segurança que verifica a identidade do titular do cartão.

Como aponta a pesquisa, o volume transacionado com cartões de crédito no e-commerce não está diminuindo. Com o aumento da inclusão digital e financeira em regiões emergentes, o mercado de pagamentos como um todo cresceu significativamente.

A pesquisa também indica que, nos países emergentes, cartões de crédito seguem dominando segmentos do e-commerce como streaming, SaaS, games e viagens. 

Nesses setores, eles representam de 51% a 77% das compras online em economias em ascensão na América Latina, África e Ásia. 

“Os pagamentos digitais capturaram o que antes era dominado pelo dinheiro vivo, e essa transformação tem sido impulsionada pela América Latina, África e Ásia. Existe um potencial enorme para que merchants, instituições financeiras e outros players se beneficiem de todas as inovações em pagamentos que vêm surgindo nas economias emergentes”, completa Dell Valle.

A Ebanx é uma fintech brasileira, fundada em 2012, que oferece soluções de pagamento para empresas globais com consumidores na América Latina, África e Ásia. A empresa oferece hoje mais de 100 opções de pagamentos locais na América Latina.

Com mais de 700 funcionários, a companhia atua nos setores de e-commerce, games, streaming, economia compartilhada, anúncios digitais e outras modalidades, com clientes em seu portfólio como Uber, Shein, Shopee, Spotify, TikTok, entre outros.

A marca se tornou uma das primeiras empresas unicórnio no Brasil, com o investimento da FTV Capital. Em 2021, após anunciar uma rodada de investimentos e planos para um IPO (Oferta Pública Inicial) nos Estados Unidos, a empresa foi avaliada em 5 bilhões de dólares.