Open Innovation Founder Friendly: as empresas estão realmente preparadas para colaborar com startups?

Startupi Open Innovation Founder Friendly: as empresas estão realmente preparadas para colaborar com startups? *Por Ornella Nitardi Prazos de pagamento de 90 a 120 dias. Processos de validação de contratos que se arrastam por meses. Falta de agilidade na tomada de decisões e necessidade de múltiplas aprovações. Para startups, essas situações são mais que desafiadoras – são incompatíveis com suas realidades. Porém, ainda são práticas comuns em diversas companhias. [...] O post Open Innovation Founder Friendly: as empresas estão realmente preparadas para colaborar com startups? aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Ornella Nitardi

Jan 19, 2025 - 18:13
Open Innovation Founder Friendly: as empresas estão realmente preparadas para colaborar com startups?

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Open Innovation Founder Friendly: as empresas estão realmente preparadas para colaborar com startups?

*Por Ornella Nitardi

Prazos de pagamento de 90 a 120 dias. Processos de validação de contratos que se arrastam por meses. Falta de agilidade na tomada de decisões e necessidade de múltiplas aprovações. Para startups, essas situações são mais que desafiadoras – são incompatíveis com suas realidades. Porém, ainda são práticas comuns em diversas companhias. Motivados pelas trocas com referências de inovação de diferentes empresas, fomos ouvir diretamente a voz dos founders, nestas linhas compartilho alguns dos achados para nortear nossas ações.

Já são mais de 20 anos desde a criação do conceito de inovação aberta, mas é necessário ir além. Não é só sobre abrir a fronteira da organização, e sim sobre como abrir. Assim, o conceito de Open Innovation Founder Friendly, no português livre algo como “idealizador de inovação aberta amigável”, surge como um convite à reflexão.

Mais do que apenas adotar o discurso de “parceiros de startups”, ser verdadeiramente founder friendly exige mudanças estruturais que aproximem a dinâmica corporativa das necessidades e do ritmo das startups. É sobre repensar práticas, criar uma relação de equidade e promover um ambiente onde todos se sintam do mesmo lado da mesa.

Henry Chesbrough, criador do conceito de inovação aberta, observou que as maiores barreiras para o sucesso dessa abordagem estão dentro das organizações, não fora. “Para inovar, precisamos mover o conhecimento de onde ele reside para onde é necessário”, escreveu Henry para a MIT Sloan Management Review em 2023.

O que Chesbrough aponta é a necessidade de romper barreiras internas, e isso exige mais do que intenção – requer ações concretas. A falta de flexibilidade faz com que iniciativas de inovação aberta enfrentem dificuldades para ganhar tração e acabem sendo comprometidas. É justamente nesse ponto que se apegar a práticas tradicionais impede que algumas empresas sejam atrativas para estes stakeholders. Processos que são eficientes para uma multinacional e/ou grande empresa podem ser sufocantes para startups, cujo ritmo de operação depende de agilidade e decisões rápidas.

Mas, como se tornar de fato founder friendly?

Ser verdadeiramente founder friendly significa olhar para dentro das organizações, identificar as barreiras que dificultam essa colaboração e escutar ambos os lados para desenvolver planos de ação. Isso passa por simplificar processos, redefinir prazos e, acima de tudo, criar um ambiente em que startups sejam vistas como parceiras estratégicas, não como fornecedores tradicionais.

Por isso, é essencial adaptar mais do que processos. Sendo necessário um esforço genuíno de transformação interna no relacionamento com as startups. Na prática, isso inclui:

· Foco na cocriação: envolver as startups nos desafios reais da organização, permitindo que elas participem ativamente na construção de soluções.

· Representatividade real: garantir que as startups tenham espaço nas mesas de decisão e que suas contribuições sejam valorizadas.

· Transparência: o combinado não sai caro. Dessa forma, é importante deixar claros os desafios desde o começo e reavaliar permanentemente.

· Agilidade: seja reduzir prazos de pagamento, simplificar processos internos ou outros pré-requisitos, é importante testar de forma ágil para as startups poderem operar no mesmo ritmo de inovação e ver a adaptabilidade da organização. Reavaliando estes ajustes com certa frequência.

O papel da área de inovação como catalisadora

Em muitas corporações, a área de inovação é a ponte natural entre startups e os processos internos. Porém, para que essa ponte funcione e seja efetiva, é necessário que o time de inovação tenha a capacidade de influenciar mudanças significativas nas estruturas corporativas, criando conexões que transformem boas ideias em resultados práticos.

Isso inclui fomentar uma cultura organizacional que acolha a experimentação, aceite riscos calculados e valorize o impacto das parcerias externas. É preciso ir além do modelo tradicional de programas de inovação para construir estruturas que possibilitem conexões verdadeiramente equitativas.

Afinal, para que o ambiente de inovação aberta se torna verdadeiramente transformador, as parcerias devem levar em conta a realidade dos parceiros. Ser Founder Friendly em inovação aberta não é apenas uma escolha estratégica – é uma necessidade para quem deseja prosperar em um cenário cada vez mais competitivo.

As organizações precisam olhar para suas práticas e perguntar: estamos realmente preparados para colaborar com startups de forma justa e eficaz? E se a resposta ainda não é um “sim” definitivo, temos que pensar o que e como podemos ajustar para fazer acontecer. O passo inicial é nos aproximarmos dos founders para trabalhar sobre as verdadeiras necessidades.


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