Infraestrutura digital precisa ser estratégica para o Brasil

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Infraestrutura digital precisa ser estratégica para o Brasil

*Por Leandro Vieira

A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando o mercado de trabalho e estimulando um aumento significativo nos investimentos das empresas. Segundo a pesquisa “The State of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, da McKinsey & Company, 65% dos entrevistados afirmaram que suas organizações utilizam IA regularmente. Esse número é expressivo quando comparado ao ano anterior, quando apenas 33% responderam positivamente.

No Brasil, o cenário não é diferente. Dados do Gartner mostram que as três principais tecnologias com aumento planejado de investimentos incluem a Inteligência Artificial (IA), com 92% dos CIOs indicando maior alocação de recursos; a Inteligência Artificial Generativa (GenAI), também com 92%; e a segurança cibernética/informacional, com 91%.

Dados: a nova riqueza das empresas

Para suportar aplicações avançadas de IA, é indispensável contar com uma infraestrutura digital robusta no país. A demanda por datacenters cresce rapidamente, impulsionada pelo volume massivo de dados processados por essas tecnologias. Dados são o novo patrimônio estratégico das empresas, mas sua gestão e armazenamento requerem uma infraestrutura segura, eficiente e escalável.

De acordo com o “Brazil Data Center Report” da JLL, houve um aumento de 628% no mercado de data centers no país entre 2013 e 2023. O estado de São Paulo concentra a maior parte dessas infraestruturas, sendo considerado um dos cinco mercados em ascensão global. Na América Latina, o Brasil lidera com 40% dos investimentos no setor.

Entretanto, enquanto os datacenters desempenham um papel fundamental, a computação em nuvem se destaca como uma solução mais ágil e escalável para muitas organizações. A nuvem permite expandir a capacidade de forma rápida e econômica, sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura física.

Expansão da infraestrutura para setores estratégicos

Para que o Brasil alcance um patamar mais avançado tecnologicamente, é essencial expandir essa infraestrutura digital, possibilitando o acesso a diferentes regiões e setores da economia. O agronegócio, por exemplo, pode ser amplamente beneficiado por aplicações de IA que reduzem o uso de insumos químicos, otimizam recursos e aumentam a produtividade. Essas soluções, no entanto, precisam de uma base digital sólida para serem bem-sucedidas.

A ByMyCell, uma startup brasileira que aplica pesquisa genômica moderna à agricultura, exemplifica esse potencial. Utilizando a Oracle Cloud Infrastructure (OCI), a empresa auxilia agricultores e seus fornecedores a maximizar a produção de colheitas de forma sustentável.

Indústrias como saúde, educação, fintechs e manufatura também podem se beneficiar de soluções baseadas em IA e infraestrutura em nuvem. Sistemas de ERP, por exemplo, otimizam processos empresariais e geram insights valiosos para a tomada de decisão. Contudo, o pleno aproveitamento dessas soluções depende de uma infraestrutura robusta como a OCI.

Startups como motor da transformação digital

As startups desempenham um papel essencial na adoção e desenvolvimento de novas tecnologias. Modelos de negócio ágeis e voltados à inovação permitem que essas empresas utilizem ferramentas como IA e computação em nuvem para escalar rapidamente e trazer soluções disruptivas ao mercado.

A Oracle apoia esse ecossistema ao oferecer às startups acesso a créditos em nuvem, mentoria, suporte técnico e uma rede global de parceiros. Essas iniciativas permitem que startups brasileiras superem desafios como acesso a capital e restrições de crescimento, fortalecendo o ecossistema de inovação do país.

Brasil como hub tecnológico global

Com a crescente demanda por armazenamento de dados e os investimentos em IA, o Brasil se posiciona como um destino estratégico para investimentos em tecnologia. O vasto território, o potencial de geração de energia limpa e renovável, aliado a custos competitivos de eletricidade, tornam o país atrativo. Apesar de desafios regulatórios, um planejamento estratégico para investimentos em infraestrutura digital pode consolidar o Brasil como um hub tecnológico global, impulsionando a economia e abrindo caminho para soluções tecnológicas inovadoras em escala global.

*Leandro é o atual Vice-Presidente de AI & Cloud Infrastructure da Oracle para América Latina, onde atua há quase 2 anos. Graduado em Ciência da Computação pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC), possui MBA em Gestão de negócios, pela Fundação Getúlio Vargas e Pós em Desenvolvimento de liderança executiva na EGADE – Business School del Tecnológico de Monterrey.

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