Grupo paramilitar toma cidade na República Democrática do Congo
Rebeldes do M23 avançaram em direção a Goma após o exército não cumprir ordem para se render; governo diz haver participação de Ruanda
O grupo paramilitar M23 da República Democrática do Congo afirmou ter tomado a cidade de Goma, no leste do país, nesta 2ª feira (27.jan.2025). O avanço dos rebeldes se deu minutos antes de expirar o prazo de 48 horas imposto pelo grupo para o exército congolês se desarmar e se render.
Em seu perfil no X, o porta-voz Lawrence Kanyuka pediu que os residentes mantivessem a calma e que as forças do governo se reunissem no estádio central da cidade. O M23 é apoiado pelo governo de Ruanda. O porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, afirmou que tropas ruandesas estavam em Goma. A fronteira entre Ruanda e a República Democrática do Congo foi fechada nesta 2ª feira (27.jan).
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, disse que Paris expressou sua solidariedade ao governo congolês e criticou a ofensiva do grupo M23 no leste do país.
“A França condena veementemente a ofensiva liderada pelo M23, apoiada pelas forças armadas ruandesas, que levou à morte de 6 soldados e ao deslocamento de vários milhares de pessoas”, disse Barrot ao chegar ao Conselho de Ministros das Relações Exteriores Europeus em Bruxelas, segundo a DW. “A luta deve parar e o diálogo deve ser retomado“, afirmou.
O presidente do Quênia, William Ruto, afirmou que presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, e o presidente de Ruanda, Paul Kagame, concordaram em participar de uma reunião para discutir a situação na 4ª feira (29.jan).
No domingo(26.jan), o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pediu a retirada das “forças externas” da região, mas não chegou a nomeá-las explicitamente. Segundo especialistas da organização, Ruanda enviou cerca de 4.000 soldados e forneceu equipamentos militares, incluindo mísseis e atiradores, em apoio ao M23.