Felippe Aranha começou no trade após largar emprego, mas questiona essa atitude hoje

Quando se fala em Price Action no Brasil, o nome de Felippe Aranha surge como referência indiscutível. Com mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro e pioneiro na introdução da metodologia do trader norte-americano Al Brooks no país, Aranha se tornou um dos educadores mais respeitados no segmento de trading.

Durante o segundo episódio da terceira temporada do podcast Mapa Mental, Aranha compartilhou as lições aprendidas ao longo de sua carreira, marcada por recomeços, momentos de superação e insights que o levaram a transformar sua abordagem no trade.

Aranha cresceu em uma família de professores, o que lhe proporcionou um forte senso de disciplina e curiosidade. “Eu tive muita sorte na vida”, diz. “Sou filho de um casal de professores e neto de professores”, acrescenta.

O trader revelou que sua formação acadêmica em administração de empresas o levou a acreditar que estava preparado para o mercado financeiro. No entanto, ele explicou que, ao chegar às mesas de operações, percebeu que nada do que havia aprendido na faculdade fazia sentido.

Primeiros grandes erros

Como muitos traders iniciantes, Aranha decidiu arriscar tudo para operar por conta própria. Ele largou a estabilidade de um emprego formal para viver exclusivamente de trading, mas foi surpreendido pela complexidade do mercado.

“Eu fiz o famoso ‘salto de fé’, mas não tinha noção do que realmente estava fazendo. Deixei meu trabalho CLT, perdi meu ticket alimentação, salário fixo, e fui direto operar dólar e índice”, conta.

Felippe Aranha ressalta hoje a importância de manter uma fonte de renda enquanto se está em processo de desenvolvimento no trade. Ele destaca que não é “realista” abandonar tudo para viver exclusivamente do mercado sem uma base financeira.

Para os iniciantes, ele considera importante começar aos poucos, aprender a operar e, somente após alcançarem consistência, considerar tomar decisões mais arriscadas.

Aranha compartilhou uma experiência particularmente traumática que ocorreu em 2007: “Um dia, operando opções de Petrobras, quebrei a conta. Fiquei completamente desorientado, entrei no chuveiro e me senti impotente. É um sentimento horrível. Foi ali que aprendi que se precisa se recompor emocionalmente antes de voltar.”

Aranha explica que além de demandar habilidades técnicas, fazer trade é profundamente emocional. Ele enfatiza que, em casos de perda, é necessário se reorganizar antes de tentar recuperar, pois operar movido pelo desespero tende a resultar em mais prejuízos.

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A virada com Price Action

A grande mudança na carreira de Aranha veio em 2009, quando ele descobriu os livros de Al Brooks. “Quando li o Barra Barra pela primeira vez, foi como ser alfabetizado no mercado financeiro. Ele me ensinou a interpretar o contexto do mercado, algo que faltava em tudo que eu tinha estudado até então”, lembra.

Essa abordagem no trade transformou completamente sua maneira de operar, explicando que, ao aprender a interpretar o contexto, não foi necessário depender de indicadores complexos, já que todas as informações essenciais estavam presentes no gráfico.

Controle emocional

Aranha ressalta a importância de gerenciamento de risco e execução disciplinada.

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Ele acredita que frustrações e derrotas podem ser poderosas fontes de aprendizado, desde que sejam encaradas de forma construtiva.

“As dificuldades me ensinaram muito. Por exemplo, a raiva de um dia ruim pode ser usada como combustível para melhorar, mas precisa canalizá-la da maneira certa”, aponta

Ele também comentou sobre a importância de manter uma vida simples e um propósito claro. “O trading me ensinou a viver de forma mais leve, a valorizar o que realmente importa”, conclui.

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