Criando uma geração consciente: a importância de proteger dados de crianças e adolescentes na era digital

Startupi Criando uma geração consciente: a importância de proteger dados de crianças e adolescentes na era digital No último dia 28 de janeiro foi celebrado o Dia Internacional da Proteção de Dados. Há muita coisa para refletirmos nessa data, mas escolhi falar sobre os desafios enfrentados por crianças e adolescentes no ambiente digital. Uma pesquisa recente da Unico com o Instituto Locomotiva revelou um panorama preocupante: uma em cada três contas de [...] O post Criando uma geração consciente: a importância de proteger dados de crianças e adolescentes na era digital aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Yasodara Cordova

Jan 31, 2025 - 15:41
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Criando uma geração consciente: a importância de proteger dados de crianças e adolescentes na era digital

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Criando uma geração consciente: a importância de proteger dados de crianças e adolescentes na era digital

No último dia 28 de janeiro foi celebrado o Dia Internacional da Proteção de Dados. Há muita coisa para refletirmos nessa data, mas escolhi falar sobre os desafios enfrentados por crianças e adolescentes no ambiente digital. Uma pesquisa recente da Unico com o Instituto Locomotiva revelou um panorama preocupante: uma em cada três contas de menores de idade nas redes sociais estão abertas, com imagens e dados de crianças expostas a qualquer pessoa. Esse dado mostra que as pessoas ainda têm a falsa sensação de que suas redes são privadas.

Há depoimentos de pais que se arrependem de ter exposto seus filhos nas redes sociais. Há histórias de filhos que agora, depois de atingirem a maioridade, processam os pais e empresas para terem suas memórias “despublicadas” nas redes sociais. É necessário que pais, responsáveis, educadores, empresas e governos, entendam que o online não é um ambiente “separado” – mas que também impacta na vida real de crianças e adolescentes, e pode ter sérias consequências em suas vidas adultas.

Cerca de 75% das crianças e adolescentes brasileiros têm perfis em redes sociais. Assume-se que a tutela de perfis de menores de 13 anos seja dos pais, pois é a data limite para a entrada na maioria das redes sociais. A pesquisa da Unico com a Locomotiva, no entanto, mostrou que 47% das crianças adicionam desconhecidos como seguidores; 40% postam fotos em ambientes íntimos, como dentro de casa ou dentro da escola; e 33% compartilham imagens usando uniformes escolares ou marcando o arroba da escola – esse último comportamento incentivado pelas escolas, que buscam a exposição online para adquirir marketing orgânico.

Essas práticas não apenas comprometem a privacidade, mas também expõem esses jovens a riscos de fraudes e outros tipos de abuso. O mais preocupante é que os adultos agem da mesma maneira, 92% dos pais também compartilham imagens e localizações sensíveis, muitas vezes sem perceber as consequências.

Educação Digital: uma necessidade urgente

Embora 89% dos pais afirmem estar preparados para proteger os dados dos filhos, a realidade é que 73% desconhecem riscos básicos que podem levar a vazamentos de informações. É comum, por exemplo, utilizarem redes públicas de Wi-Fi sem proteção de VPNs ou aplicarem senhas iguais em várias contas diferentes.

Esses descuidos ilustram a necessidade urgente da cidadania digital. Pais e responsáveis precisam entender que suas ações são modelo para seus filhos. É essencial que aprendam boas práticas de segurança online, como configurar perfis para o modo privado; evitar compartilhar localizações em tempo real; e gerar senhas únicas e seguras para cada serviço.

Ao mesmo tempo, não devemos colocar a culpa toda nos pais. Empresas devem oferecer redes sociais fechadas como default, evitando o que chamamos de “dark patterns” em privacidade e segurança. Algumas startups também estão se dedicando ao assunto, como a BlockParty, que nasceu para ajudar as pessoas a protegerem suas redes sociais e surge como acessório indispensável em redes sociais, tanto para evitar perfis vazando informações, quanto para ajudar na varredura de configurações que geralmente ficam escondidas nos aplicativos ou atrás de termos de uso complicados e impróprios para crianças e adolescentes.

A conscientização é o primeiro passo, mas também precisamos incentivar a melhoria contínua de aplicativos e aplicações para que os princípios de privacidade que gozamos na lei sejam transferidos para o digital em forma de funcionalidades. Para isso, precisamos promover discussões abertas sobre privacidade e segurança digital em escolas, comunidades e empresas. Juntos, podemos construir uma cultura de proteção de dados que vai muito além das obrigações legais — uma cultura que se torna parte do nosso cotidiano e da nossa tecnologia.

Privacidade é inovação – existe uma demanda econômica e social para que ela aumente nos aplicativos. Além disso, é um teste pelo qual empresas passarão: aquelas que forem capazes de atender às demandas de privacidade e segurança com certeza serão as empresas do futuro.


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