Caso Coca-Cola na Europa: quais os riscos de consumir uma bebida com elevado teor de clorato?
A recolha não afeta Portugal, uma vez que a Coca-Cola tem em Azeitão uma fábrica que produz a bebida em território nacional, mas, caso fosse, que consequências poderia sofrer se consumisse uma bebida com elevado teor de clorato?
O engarrafador europeu da Coca-Cola na Bélgica anunciou, esta segunda-feira, que ordenou uma recolha em larga escala de Coca-Cola, Sprite, Fanta e outras bebidas na Europa, depois de ter verificado níveis elevados de clorato nesta produção.
A recolha não afeta Portugal, uma vez que a Coca-Cola tem em Azeitão uma fábrica que produz a bebida em território nacional, mas, caso fosse, que consequências poderia sofrer se consumisse uma bebida com elevado teor de clorato?
Num parecer científico de 2015, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos considerou que a exposição a longo prazo ao clorato nos alimentos poderia constituir um potencial problema de saúde para as crianças, em especial as que sofrem de deficiência de iodo ligeira a moderada.
Para bebés, crianças pequenas e indivíduos com deficiências de iodo pré-existentes, o clorato pode inibir a função da tiróide ao competir com o iodo necessário para a produção de hormonas tiróideas. Em altas concentrações, o clorato pode também oxidar a hemoglobina, formando meta-hemoglobina, que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigénio.
A EFSA estabeleceu como dose diária admissível (TDI) de 3 µg de clorato por quilograma de peso corporal, alertando que consumos superiores a este limite podem aumentar o risco de efeitos adversos, especialmente nas populações mais sensíveis.
De acordo com a ASAE, que menciona este mesmo parecer, no caso de um consumo significativo, num único dia, é pouco provável que ultrapasse o nível de segurança recomendado para consumidores de todas as idades, apenas o prolongado pode constituir risco para a saúde.