Big techs perdem talentos com fim do home office

Big techs perdem talentos com fim do home office. Meses após serem obrigados a voltar ao escritório, muitos funcionários de alto escalão deixaram a Apple, Microsoft […]

Jan 26, 2025 - 13:56
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Big techs perdem talentos com fim do home office

Big techs perdem talentos com fim do home office. Meses após serem obrigados a voltar ao escritório, muitos funcionários de alto escalão deixaram a Apple, Microsoft e SpaceX, muitas vezes indo trabalhar para concorrentes.

A obrigação de voltar ao trabalho presencial em empresas de tecnologia como Apple, Microsoft e SpaceX levaram a um aumento nas saídas de profissionais seniores, aqueles que são mais difíceis de substituir. Isso é o que aponta um estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Chicago e da Universidade de Michigan.

Fim do home office nas techs

Os pesquisadores analisaram dados de currículos da People Data Labs para entender o impacto que essa volta ao presencial teve na permanência dos funcionários e nas movimentações entre empresas. O estudo revelou uma forte ligação entre a saída de funcionários seniores e o retorno forçado aos escritórios, sugerindo que essas políticas prejudicaram a retenção de talentos. Funcionários de alto nível ficaram menos tempo nas empresas do que o esperado e, em muitos casos, migraram para concorrentes diretos.

Na Microsoft, a proporção de funcionários seniores em relação ao total da empresa caiu mais de cinco pontos percentuais após a imposição do retorno ao escritório. Na Apple, essa queda foi de quatro pontos percentuais, enquanto na SpaceX — a única empresa das três que exige 100% de trabalho presencial — essa perda foi ainda maior, chegando a 15 pontos percentuais.

“Descobrimos que os funcionários mais experientes dessas grandes empresas de tecnologia, ao serem afetados por essas políticas, acabam buscando emprego em outros lugares, levando com eles todo o investimento em capital humano e produtividade,” disse Austin Wright, professor da Universidade de Chicago e um dos autores do estudo. “Os líderes empresariais precisam considerar com cuidado as preferências dos funcionários e as condições de mercado ao decidirem impor ou não o retorno ao escritório.”

O setor de tecnologia tem sido um dos mais impactados por essa discussão acalorada sobre o retorno aos escritórios, comentou David Van Dijcke, pesquisador da Universidade de Michigan e coautor do estudo. Apple, Microsoft e SpaceX têm um peso enorme no setor — juntas, elas representam mais de 2% da força de trabalho de tecnologia e 30% da receita da indústria. Suas políticas acabam servindo de referência para o debate mais amplo sobre o tema.

Essas três empresas foram algumas das primeiras a retomar o trabalho presencial em 2022, o que permitiu aos pesquisadores avaliar os efeitos dessas políticas antes das demissões em massa que ocorreram no setor mais tarde no ano, explicou Van Dijcke.

Amy Coleman, vice-presidente de recursos humanos da Microsoft, discordou do estudo em um comunicado ao Washington Post, dizendo que os dados internos da empresa não refletem esses resultados, especialmente em relação à rotatividade de funcionários. Ela também afirmou que seria “impreciso” caracterizar a política de trabalho híbrido da Microsoft como um retorno obrigatório ao escritório.

“Temos um modelo híbrido que prioriza a flexibilidade e combina diferentes estilos de trabalho, seja no local, na localização ou nos horários,” acrescentou Coleman, não concorcodando com o fato de que o fim do home office nas techs gerou o exôdo de profissionais.

Josh Rosenstock, porta-voz da Apple, também criticou o estudo, dizendo que ele chegou a “conclusões imprecisas” que “não refletem a realidade do nosso negócio.” “Na verdade, a rotatividade de funcionários está em níveis historicamente baixos,” afirmou Rosenstock.

A SpaceX não respondeu ao pedido de comentário.

Embora o estudo tenha focado nessas três empresas, seus resultados refletem uma tendência mais ampla nas empresas em todo o país, segundo Robert Ployhart, professor da Universidade da Carolina do Sul. Ele destacou que as empresas ainda estão tentando se adaptar a um cenário de trabalho híbrido que mudou drasticamente.

“Vivemos num mundo muito fragmentado, e essas políticas de ‘tamanho único’ geralmente não funcionam tão bem quando há tanta diversidade nas formas de trabalho,” concluiu Ployhart.

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