A progressão do Marketing em 2025 para chegar à “New Frontier”

Opinião de Ricardo Rocha, managing director North America & head of Global Marketing na Noesis.

Jan 27, 2025 - 22:30
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A progressão do Marketing em 2025 para chegar à “New Frontier”

Por Ricardo Rocha, managing director North America & head of Global Marketing na Noesis

A tecnologia impulsionou o crescimento e “reinventou” o Marketing de uma forma nunca vista. O setor atravessa uma fase de profunda transformação, marcada pela rápida (r)evolução tecnológica e pela mudança do paradigma e forma como o Marketing desenvolve a sua atividade. O perfil do marketeer está também em mutação. O marketeer do futuro (e presente!) é um perfil cada vez mais analítico, estratega, “ligado ao negócio”, capaz de acompanhar as tendências, a inovação tecnológica, a mudança dos hábitos de consumo e as expectativas dos consumidores.

No entanto, não se trata apenas de conseguir acompanhar as inovações. Este momento, inserido no contexto atual, pode ser até comparável ao progressismo da “New Frontier” de John F. Kennedy, um futuro inexplorado que exige não só inovação, mas também sensibilidade e visão estratégica para enfrentar os desafios e oportunidades que surgem diariamente.

Num mundo cada vez mais digital, a humanização das marcas mantém-se como uma prioridade essencial. Apesar dos avanços tecnológicos, os consumidores continuam a valorizar interações autênticas e significativas, algo que a automação é incapaz de proporcionar. Hoje, falamos em hiperpersonalização e na necessidade de criar experiências únicas, omnicanal, que reflitam os valores, as preferências e os contextos de cada indivíduo. Este movimento representa uma reconexão com a essência do Marketing: compreender as pessoas e responder de forma genuína às suas necessidades.

Também a sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência ou uma buzzword. É, neste contexto, uma força que redefine o panorama do setor. É mais do que um fator diferenciador no mercado, tornou-se uma exigência por parte dos consumidores e uma obrigação ética que as organizações não devem ignorar. Incorporar práticas sustentáveis requer um compromisso abrangente que vai desde a forma como os produtos são desenvolvidos e termina na transparência com que os impactos são comunicados.

Paralelamente, outros desafios, para além dos tecnológicos, são colocados ao marketeer diariamente, sobretudo desafios operacionais: o ambiente regulatório tornou-se um elemento incontornável na definição de estratégias de Marketing. As regras em torno da privacidade e proteção de dados, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), forçaram (e bem!) as empresas a adotar práticas mais éticas e responsáveis.

Navegar esta “New Frontier” não é fácil e requer um equilíbrio entre inovação tecnológica e compromisso ético. Mais do que uma adaptação às mudanças externas, trata-se de uma oportunidade para repensar o papel do Marketing como uma força estratégica essencial no seio das organizações, que privilegia a criação de valor para consumidores, organizações e sociedade em geral.

O futuro do Marketing será definido por aqueles que consigam combinar criatividade, responsabilidade, inovação tecnológica e compreensão humana. Neste território, ainda em construção, a verdadeira conquista não estará na utilização da tecnologia mais avançada, mas na capacidade de estabelecer ligações reais, baseadas em confiança e relevância. Afinal, o Marketing continua, na sua base, a ser sobre pessoas e a forma como inspiramos ações e construímos relações que resistem ao tempo.