A eletricista mulher que quebrou barreiras em um setor dominado por homens
Vencedora de reality show, a eletricista cria conteúdo para incentivar mulheres dentro da área, tão dominada pela presença masculina
Ser aceita. Esse foi o desafio principal de Viviane Silva, de 41 anos, que atua no ramo da elétrica. Vivi entrou na área muito cedo, aos 8 anos, como ajudante do pai, que é eletricista. À época, era comum que crianças acompanhassem a família no trabalho, e a menina logo se encantou pelo ofício. Quem não achou tanta graça nessa história foi a mãe de Viviane, que é professora e não queria que a filha seguisse a mesma carreira do pai.
A pedido dele, que também vislumbrava dificuldades na trajetória da filha caso ela se tornasse eletricista, Vivi acabou entrando no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) no curso de Tecnologia e Eletrônica — focado na manutenção de aparelhos eletrônicos.
Durante seis anos, tentou trabalhar com isso, mas não se adaptou. A jovem gostava mesmo da geração, transmissão e distribuição de energia. No ano seguinte, tomou a decisão de seguir seu coração. “Peguei tanta familiaridade com o serviço que tudo parecia fácil. É como se fosse algo meu, quando parece que você nasceu para fazer aquilo, achou seu lugar no mundo.”
A realidade do mundo corporativo e o desafio da elétrica
A rejeição do mercado de trabalho, porém, veio na hora. Em toda parte, só via vagas exclusivas para homens. Assim, decidiu abrir a própria empresa. “Sou empreendedora por causa dos lugares que fecharam a porta para mim”, comenta.
O pai, como a maioria dos eletricistas do mercado, não possuía empresa própria. “Eu não queria ser como ele. Eu via as pessoas desvalorizando a sua mão de obra, não enxergando o potencial que tinha e pagando o que queriam. Às vezes, ele falava um valor, davam menos e simplesmente diziam: ‘Tá certo assim’. E não estava.”
Em 2022, surgiu a oportunidade de participar do Desafio da Elétrica Siemens, uma competição entre eletricistas patrocinada pela multinacional alemã. Com mais de 500 inscrições, Vivi foi uma das poucas mulheres selecionadas.
Durante o programa, enfrentou preconceito de um participante, mas perseverou: acabou vencendo a competição. Começar a criar conteúdos no Instagram (o perfil é @eletricaviviecia) para incentivar outras mulheres na área foi o passo seguinte. “Ser resiliente, persistente e não desistir nunca. Temos que trazer qualidade para nossa área, porque ela é muito negligenciada até hoje”.
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