Haddad apresentará à Hugo Motta 25 medidas prioritárias para 2025

Estão na lista o aumento de imposto sobre os mais ricos, a regulamentação de big techs e a reforma da Previdência dos militares

Fev 5, 2025 - 16:01
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Haddad apresentará à Hugo Motta 25 medidas prioritárias para 2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará a apresentação ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), das 25 medidas elencadas pela equipe econômica como prioritárias para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre as ações está a taxação dos mais ricos e a regulamentação das big techs.

O encontro com o presidente da Câmara será às 12h (horário de Brasília) no Congresso. Parte da agenda prioritária é resquício do ano passado, como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45 de 2024, que impede os supersalários, limita o crescimento do abono salarial.

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Haddad defenderá à Motta 3 pilares da economia brasileira:

  • Política fiscal e estabilidade;
  • Melhora do ambiente de negócios;
  • Plano de Transformação ecológica.

O principal tema da agenda do ponto de vista de impacto na economia é a regulamentação da Reforma Tributária. O 1º texto (Projeto de Lei Complementar 68 de 2024) já foi sancionado.

Agora, falta o Projeto de Lei Complementar 108 de 2024, que estabelece regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que será responsável por arrecadar o imposto e distribuir o produto da arrecadação aos Estados e municípios. O projeto foi aprovado pelo Senado e voltou para análise da Câmara.

Haddad deverá mandar a reforma tributária sobre a renda. Por enquanto, as votações se concentraram na tributação sobre o consumo. O governo Lula quer agora cumprir o prometido de isentar quem ganha R$ 5.000 do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física).

Com isso, terá que aumentar a carga tributária para os mais ricos, inclusive com o fim da isenção de doenças graves no Imposto de Renda àqueles que têm renda superior a R$ 20.000 por mês.

Para aumentar a carga tributária dos mais ricos, Haddad já defendeu uma regra “mais inteligente” que tributar dividendos. Irá propor um imposto mínimo, que será baseado na pessoa física e na pessoa jurídica do empresário.

O governo defende que os mais ricos pagam proporcionalmente menos imposto de renda do que os que estão abaixo na pirâmide.

No radar do governo está a reforma da Previdência dos militares, que poderá resultar uma economia anual de R$ 1 bilhão. O governo quer também regulamentar as big techs. Haddad já disse que enviará um projeto de taxação das empresas para o país entrar em modelos de tributação internacional da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Eis abaixo as 25 medidas da agenda econômica do governo Lula para 2025 e 2026:

Política fiscal e justiça tributária

  1. Fortalecimento do arcabouço fiscal, para assegurar expansão sustentável do PIB, desemprego e inflação baixos e estabilidade da dívida;
  2. Início da implantação da reforma tributária sobre o consumo;
  3. Regulamentação (projeto de lei complementar 108 de 2024) da reforma tributária: Lei de Gestão e Administração do IBS, Fundos e Imposto Seletivo;
  4. Reforma tributária sobre a renda com isenção para quem ganha até R$ 5 mil e tributação sobre milionários;
  5. Limitação dos supersalários;
  6. Reforma da previdência dos militares;
  7. Projeto de lei da conformidade tributária e aduaneira, com valorização do bom contribuinte e responsabilização do devedor contumaz

Ambiente de negócios

  1. Nova Lei de Falências;
  2. Fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais;
  3. Consolidação legal das infraestruturas do mercado financeiro;
  4. Resolução bancária;
  5. Mercado de crédito: execução extrajudicial, consignado do E-Social, uso de pagamentos eletrônicos como garantia para empresas e ampliação de garantias em operações de crédito (open asset);
  6. Regulamentação econômica das big techs;
  7. Modernização do marco legal de preços de medicamentos;
  8. Pé-de-Meia: permissão ao aluno investir em poupança ou títulos do Tesouro;
  9. Modernização do regime de concessão e permissões de prestação de serviços públicos e das parcerias público-privadas.

Plano de Transformação Ecológica

  1. Nova emissão de títulos sustentáveis, trazendo recursos ao Fundo Clima;
  2. Avanço na implantação do mercado de carbono (governança e decreto regulamentador);
  3. Novos leilões do EcoInvest;
  4. Compra pública com conteúdo nacional e programa de desafios tecnológicos para a transformação ecológica;
  5. Estruturação do Fundo Internacional de Florestas;
  6. Conclusão da taxonomia sustentável brasileira;
  7. Política de atração de datacenter e marco legal da inteligência artificial;
  8. Plano Safra e Renovagro: aprimoramento dos critérios de sustentabilidade;
  9. Concluir o índice de investimento sustentável nas BIP (Plataformas de Investimentos para a Transformação Ecológica no Brasil).