David Lynch: O Adeus ao Mestre do Surrealismo Dark

David Lynch – Foto: Getty Images

Faleceu aos 78 anos o cineasta David Lynch. E o cinema ficou mais careta. Lynch foi o grande mestre do surrealismo dark contemporâneo.

Sua estreia na direção em longas foi com Eraserhead (1977), que logo se tornou um dos primeiros “Midnight Movies” ao ser lançado de forma independente no final dos anos 1970. O filme já era uma viagem de ácido dark às profundezas da América.

Em seguida, veio O Homem Elefante (1980), produzido por ninguém menos que Mel Brooks, que havia ficado fascinado por Eraserhead. Em 1986, lançou Blue Velvet/Veludo Azul, mais um mergulho nas entranhas do que parecia ser a América perfeita dos anos 1950.

Lynch era fascinado pelo lado sombrio dos Estados Unidos e por seus estranhos habitantes. “É um mundo estranho”, dizia a personagem de Laura Dern. E foi ficando cada vez mais.

Em 1984, Lynch levou ao cinema sua versão pessoal para Duna, a obra de Frank Herbert. Já A Estrada Perdida/Lost Highway (1997) era um neo-noir surreal e assustador.

Em 1990, Lynch ganhou a Palma de Ouro com Coração Selvagem, inspirado em O Mágico de Oz, um de seus filmes preferidos. Sua obsessão pelo musical de Victor Fleming foi tema do documentário Lynch/Oz, de Alexandre O. Philippe.

Mas talvez sua obra-prima tenha sido A Cidade dos Sonhos / Mulholland Drive, onde Lynch apresenta sua visão única e sombria sobre o sonho (ou seria pesadelo?) estadunidense em Hollywood.

Além disso, a série Twin Peaks, cuja terceira temporada foi eleita um dos filmes do ano pela revista francesa Cahiers Du Cinema, também marcou seu legado.

Lynch vai fazer muita falta.

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