Como a vulnerabilidade impulsiona designers e constrói conexões verdadeiras

Superando o perfeccionismo, abraçando erros e compartilhando jornadas para inspirar designers.Mulher sentada em uma mesa de trabalho com expressão de preocupação, olhando para a tela de um laptop. A sala está iluminada por uma luminária ao fundo, e há um quadro de planejamento na parede.Sempre achei que precisava parecer impecável para ser levada a sério como designer.Mostrar apenas os projetos finalizados, sem erros, sem rascunhos. Publicar algo no LinkedIn? Sempre pareceu haver pessoas mais qualificadas para falar sobre o assunto. Mas a verdade? Isso me afastava das pessoas.O medo de ser julgada me isolava. Eu me fechava no perfeccionismo e perdia oportunidades valiosas de aprender e crescer com a comunidade ao meu redor.Mas, vi uma frase recentemente que me fez refletir:“As pessoas te admiram mais por suas fraquezas e falhas do que pelo seu sucesso.”Essa frase martelou na minha cabeça, mas uma palavra ecoou ainda mais forte: conexão.No fim das contas, é isso que realmente importa. Conectar-se de verdade com as pessoas. Não pelas conquistas impecáveis, mas pelas histórias, tropeços e vulnerabilidades que todos compartilhamos.­Por que sentimos insegurança?A insegurança é um sentimento universal, mas em áreas criativas como o design, ela pode ser ainda mais intensa. Isso acontece porque lidamos constantemente com avaliação subjetiva e comparação. A mídia social amplifica essa sensação, pois vemos apenas os melhores trabalhos e momentos de outras pessoas, criando uma ilusão de perfeição inalcançável.A pesquisadora Brené Brown, em seu livro A Coragem de Ser Imperfeito, explica:“A vulnerabilidade é o berço da inovação, da criatividade e da mudança.”Quando abraçamos a vulnerabilidade, nos permitimos sair do ciclo do perfeccionismo e damos espaço para aprender e crescer.Mas por que o perfeccionismo é tão dominante?Medo do julgamento. Queremos ser admirados e aceitos, e o medo da crítica nos paralisa.Cultura da perfeição. Vivemos em uma era de redes sociais que mostram apenas resultados brilhantes, e não o processo por trás deles.Comparação constante. Estamos sempre comparando nossos bastidores com o palco principal de outras pessoas.O problema é que o perfeccionismo cria barreiras entre nós e os outros. Ele nos impede de compartilhar nossos processos e construir conexões reais.­O que aprendi sobre autenticidade no design (e na vida)1. Autoconhecimento e autoaceitaçãoPor muito tempo, acreditei que precisava saber tudo para ser valorizada. Sentia que, se mostrasse insegurança, ninguém me levaria a sério.Mas aqui está o que descobri:Eu não sou perfeita (ninguém é) e é isso que me torna humana.Conhecer meus pontos fortes e aceitar minhas limitações não me faz menor — me faz real.Aceitar minhas falhas me libertou para experimentar mais, criar com coragem e aprender no caminho.A psicóloga Kristin Neff, em seu livro Autocompaixão, ressalta:“A autocompaixão envolve tratar-se com a mesma gentileza e cuidado que tratamos um amigo querido quando enfrentamos dificuldades.”Quando paramos de nos julgar tão duramente, ganhamos espaço para crescer e evoluir.­2. Confiança é construídaEu já chorei olhando para a tela do Figma, achando que nunca entregaria algo bom o bastante. Já tive bloqueios criativos por puro perfeccionismo. Já apaguei posts antes de publicar porque pensei: “E se ninguém gostar?”Mas a confiança cresceu quando entendi que:Ela não aparece do nada. Ela cresce com a prática.Repetir, errar e ajustar faz parte do processo — e quanto mais faço, mais acredito no meu trabalho.A insegurança nunca desaparece 100%, mas aprendi a agir mesmo com medo.Nelson Mandela disse uma vez:“Coragem não é a negação do medo, mas a escolha de enfrentá-lo e seguir adiante.”Confiança é como um músculo: ela precisa ser exercitada.­3. Vulnerabilidade conecta mais do que perfeiçãoPor muito tempo, tentei esconder meus erros e inseguranças. Mas quando comecei a compartilhar as partes “não tão bonitas” do meu processo, as pessoas passaram a se conectar comigo de verdade.Porque a realidade é:Não nos conectamos com resultados impecáveis, mas com jornadas reais.Mostrar os bastidores, os rascunhos e até os fracassos cria empatia.Ser vulnerável não diminui o valor do meu trabalho — só o torna mais humano.­Por que devemos mostrar nossa vulnerabilidade?Mostrar vulnerabilidade no design (e na vida) não é fraqueza — é coragem. Novos designers precisam ver exemplos reais para aprenderem a lidar com desafios e crescerem.“Quando olho para o mundo, vejo que a vulnerabilidade é aquilo que nos torna mais humanos e nos conecta de forma genuína.”— Carl RogersQuando compartilhamos nossos erros e acertos, abrimos espaço para que outros também se sintam confortáveis para errar, experimentar e inovar. E isso gera um ciclo de crescimento e aprendizado contínuo.Ser autêntica é desconfortável no começo, mas libertador no fim. No design, assim como na vida, são os erros, os rascunhos e as versões inacabadas que nos aproximam das pessoas.Portanto, pare de esperar pela pe

Jan 16, 2025 - 14:36
Como a vulnerabilidade impulsiona designers e constrói conexões verdadeiras

Superando o perfeccionismo, abraçando erros e compartilhando jornadas para inspirar designers.

Mulher sentada em uma mesa de trabalho com expressão de preocupação, olhando para a tela de um laptop. A sala está iluminada por uma luminária ao fundo, e há um quadro de planejamento na parede.
Mulher sentada em uma mesa de trabalho com expressão de preocupação, olhando para a tela de um laptop. A sala está iluminada por uma luminária ao fundo, e há um quadro de planejamento na parede.

Sempre achei que precisava parecer impecável para ser levada a sério como designer.

Mostrar apenas os projetos finalizados, sem erros, sem rascunhos. Publicar algo no LinkedIn? Sempre pareceu haver pessoas mais qualificadas para falar sobre o assunto. Mas a verdade? Isso me afastava das pessoas.

O medo de ser julgada me isolava. Eu me fechava no perfeccionismo e perdia oportunidades valiosas de aprender e crescer com a comunidade ao meu redor.

Mas, vi uma frase recentemente que me fez refletir:

“As pessoas te admiram mais por suas fraquezas e falhas do que pelo seu sucesso.”

Essa frase martelou na minha cabeça, mas uma palavra ecoou ainda mais forte: conexão.

No fim das contas, é isso que realmente importa. Conectar-se de verdade com as pessoas. Não pelas conquistas impecáveis, mas pelas histórias, tropeços e vulnerabilidades que todos compartilhamos.

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Por que sentimos insegurança?

A insegurança é um sentimento universal, mas em áreas criativas como o design, ela pode ser ainda mais intensa. Isso acontece porque lidamos constantemente com avaliação subjetiva e comparação. A mídia social amplifica essa sensação, pois vemos apenas os melhores trabalhos e momentos de outras pessoas, criando uma ilusão de perfeição inalcançável.

A pesquisadora Brené Brown, em seu livro A Coragem de Ser Imperfeito, explica:

“A vulnerabilidade é o berço da inovação, da criatividade e da mudança.”

Quando abraçamos a vulnerabilidade, nos permitimos sair do ciclo do perfeccionismo e damos espaço para aprender e crescer.

Mas por que o perfeccionismo é tão dominante?

  • Medo do julgamento. Queremos ser admirados e aceitos, e o medo da crítica nos paralisa.
  • Cultura da perfeição. Vivemos em uma era de redes sociais que mostram apenas resultados brilhantes, e não o processo por trás deles.
  • Comparação constante. Estamos sempre comparando nossos bastidores com o palco principal de outras pessoas.

O problema é que o perfeccionismo cria barreiras entre nós e os outros. Ele nos impede de compartilhar nossos processos e construir conexões reais.

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O que aprendi sobre autenticidade no design (e na vida)

1. Autoconhecimento e autoaceitação

Por muito tempo, acreditei que precisava saber tudo para ser valorizada. Sentia que, se mostrasse insegurança, ninguém me levaria a sério.

Mas aqui está o que descobri:

  • Eu não sou perfeita (ninguém é) e é isso que me torna humana.
  • Conhecer meus pontos fortes e aceitar minhas limitações não me faz menor — me faz real.
  • Aceitar minhas falhas me libertou para experimentar mais, criar com coragem e aprender no caminho.

A psicóloga Kristin Neff, em seu livro Autocompaixão, ressalta:

“A autocompaixão envolve tratar-se com a mesma gentileza e cuidado que tratamos um amigo querido quando enfrentamos dificuldades.”

Quando paramos de nos julgar tão duramente, ganhamos espaço para crescer e evoluir.

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2. Confiança é construída

Eu já chorei olhando para a tela do Figma, achando que nunca entregaria algo bom o bastante. Já tive bloqueios criativos por puro perfeccionismo. Já apaguei posts antes de publicar porque pensei: “E se ninguém gostar?”

Mas a confiança cresceu quando entendi que:

  • Ela não aparece do nada. Ela cresce com a prática.
  • Repetir, errar e ajustar faz parte do processo — e quanto mais faço, mais acredito no meu trabalho.
  • A insegurança nunca desaparece 100%, mas aprendi a agir mesmo com medo.

Nelson Mandela disse uma vez:

“Coragem não é a negação do medo, mas a escolha de enfrentá-lo e seguir adiante.”

Confiança é como um músculo: ela precisa ser exercitada.

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3. Vulnerabilidade conecta mais do que perfeição

Por muito tempo, tentei esconder meus erros e inseguranças. Mas quando comecei a compartilhar as partes “não tão bonitas” do meu processo, as pessoas passaram a se conectar comigo de verdade.

Porque a realidade é:

  • Não nos conectamos com resultados impecáveis, mas com jornadas reais.
  • Mostrar os bastidores, os rascunhos e até os fracassos cria empatia.
  • Ser vulnerável não diminui o valor do meu trabalho — só o torna mais humano.

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Por que devemos mostrar nossa vulnerabilidade?

Mostrar vulnerabilidade no design (e na vida) não é fraqueza — é coragem. Novos designers precisam ver exemplos reais para aprenderem a lidar com desafios e crescerem.

“Quando olho para o mundo, vejo que a vulnerabilidade é aquilo que nos torna mais humanos e nos conecta de forma genuína.”
— Carl Rogers

Quando compartilhamos nossos erros e acertos, abrimos espaço para que outros também se sintam confortáveis para errar, experimentar e inovar. E isso gera um ciclo de crescimento e aprendizado contínuo.

Ser autêntica é desconfortável no começo, mas libertador no fim. No design, assim como na vida, são os erros, os rascunhos e as versões inacabadas que nos aproximam das pessoas.

Portanto, pare de esperar pela perfeição. Compartilhe seu processo, suas dúvidas e seus aprendizados. Mostre que o caminho para o sucesso é feito de tropeços e ajustes.

Porque, no fim, é isso que cria conexões verdadeiras. E são essas conexões que nos impulsionam para frente.

E você? O que a vulnerabilidade já trouxe de positivo para a sua carreira?

Referências

  • Brown, Brené. A Coragem de Ser Imperfeito.
  • Neff, Kristin. Autocompaixão: Pare de Se Cobrar Tanto e Deixe a Insegurança Para Trás.
  • Rogers, C. R. (1961). On Becoming a Person: A Therapist’s View of Psychotherapy. Houghton Mifflin

Como a vulnerabilidade impulsiona designers e constrói conexões verdadeiras was originally published in UX Collective