Spotify aposta em encher linguiça

O Spotify está pagando algumas dezenas de artistas na Suécia para criar música sob vários pseudônimos, visando “encher linguiça’” em listas de músicas, diminuindo por tabela a necessidade de pagar direitos autorais para artistas &ldqu...

Jan 16, 2025 - 12:25
Spotify aposta em encher linguiça

O Spotify está pagando algumas dezenas de artistas na Suécia para criar música sob vários pseudônimos, visando “encher linguiça’” em listas de músicas, diminuindo por tabela a necessidade de pagar direitos autorais para artistas “de verdade”.

A prática já havia sido tema de blogs especializados e alguns jornais, mas foi exposta em grande grau de detalhe pela Harper's Bazaar, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos, colocou o tema na capa da sua edição de janeiro

A autora, Liz Pelly, esteve na Suécia falando com músicos e insiders da indústria, como parte da investigação para um livro Mood Machine: The Rise of Spotify and the Costs of the Perfect Playlist.

O Dagens Nyheter, um dos principais jornais suecos, já tinha averiguado nos registros de direitos autorais do país que um total de 20 músicos estavam por trás de faixas produzidas por 500 artistas, todos com nomes fakes dentro do Spotify.

Por muito tempo, a suspeita é que os próprios músicos poderiam ser responsáveis pelo esquema, criando faixas de música anódina visando faturar direitos autorais.

O que Pelly descobriu é que o próprio Spotify coordena tudo, por meio de um programa chamado de Perfect Fit Content (PFC), por meio do qual o serviço encomenda as faixas e posiciona elas estrategicamente em playlists populares, principalmente naquelas orientadas a servir como background para atividades como estudar ou pegar no sono. 

A prática é rentável para o Spotify porque os produtores desse tipo de música renunciam em contrato a maior parte dos seus direitos autorais, tornando a reprodução muito mais barata do que a de um artista de verdade.