Quarto maior lago do mundo se transforma em deserto; veja mudanças
Ao longo da fronteira entre Cazaquistão e Uzbequistão, jazia o quarto maior lago do mundo, chamado Mar de Aral — isto é, até os anos 1960. Mais de 50 anos depois, em 2015, a maior parte da área do corpo d’água já era um campo estéril, gerando o mais novo deserto do mundo. O evento impactou ao menos três milhões de pessoas, tanto por conta da desertificação quanto pelo espalhamento de partículas nocivas. Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Grande Lago Salgado nos EUA pode ter apenas mais cinco anos de vida Metade dos maiores lagos da Terra estão secando, revela estudo O grande lago tinha 68.000 km², dos quais restaram apenas 8.000 km², divididos entre duas faixas estreitas de água. O leito esbranquiçado que restou após sua secagem gerou o que se conhece como Deserto de Aralkum. O evento é considerado um dos maiores desastres ambientais do mundo, nas palavras do Secretário Executivo da Convenção da ONU para Combate à Desertificação, Ibrahim Thiaw, em 2024. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- A desertificação do Mar de Aral Segundo análises científicas, a perda do mar interno de Aral quase dobrou a poeira atmosférica da região entre 1984 e 2015, crescendo de 14 para 27 toneladas métricas. Isso reduziu a qualidade do ar nas cidades do entorno, afetando-as a até 800 km de distância e chegando a contribuir até mesmo para a aceleração do derretimento glacial. O evento também piorou a crise hídrica local. Tempestades na região espalham os sais que outrora formavam o mar, destruindo plantações no caminho e contaminando a água potável. Em comparação com os desertos ao redor, a areia do Aralkum é bem tóxica, já que contém resquícios de testes de armas químicas pela União Soviética, com como fertilizantes e pesticidas das práticas agrícolas em massa também responsáveis por drenar o lago. Entre as décadas de 1960 e 1990, os rios Amu Darya e Syr Darya, que fluíam desde as montanhas até o mar interno, foram redirecionados à irrigação de 7 milhões de hectares de algodão plantados durante a União Soviética. A salinidade da água restante subiu a níveis maiores do que os dos oceanos, colapsando o ecossistema e a renda dos pescadores e de outros que dependiam do Aral para seu sustento. Além disso, a exposição à poeira do deserto está ligada a problemas de saúde, incluindo defeitos congênitos. Atualmente, governos regionais buscam preencher o leito do antigo lago com vegetação, um esforço para conter a poeira tóxica. As circunstâncias da seca do Mar de Aral estão se repetindo em vários locais do mundo, tanto por agricultura industrial como pelas mudanças climáticas — é um lembrete de que o colapso do lago é um problema mundial, e não local, e mais um sinal de que é necessário cuidar do meio ambiente antes que seja tarde demais para todas as formas de vida do planeta. Leia também: Grande Lago Salgado dos Estados Unidos corre sério risco de colapso Estudo revela o que levou o maior lago do mundo a sumir há 10 milhões de anos Grandes lagos sofrem seis vezes mais ondas de calor extremo do que há 20 anos VÍDEO: Energia pela água do mar | Maravilhas da Tecnologia Leia a matéria no Canaltech.
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Ao longo da fronteira entre Cazaquistão e Uzbequistão, jazia o quarto maior lago do mundo, chamado Mar de Aral — isto é, até os anos 1960. Mais de 50 anos depois, em 2015, a maior parte da área do corpo d’água já era um campo estéril, gerando o mais novo deserto do mundo. O evento impactou ao menos três milhões de pessoas, tanto por conta da desertificação quanto pelo espalhamento de partículas nocivas.
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O grande lago tinha 68.000 km², dos quais restaram apenas 8.000 km², divididos entre duas faixas estreitas de água. O leito esbranquiçado que restou após sua secagem gerou o que se conhece como Deserto de Aralkum.
O evento é considerado um dos maiores desastres ambientais do mundo, nas palavras do Secretário Executivo da Convenção da ONU para Combate à Desertificação, Ibrahim Thiaw, em 2024.
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A desertificação do Mar de Aral
Segundo análises científicas, a perda do mar interno de Aral quase dobrou a poeira atmosférica da região entre 1984 e 2015, crescendo de 14 para 27 toneladas métricas. Isso reduziu a qualidade do ar nas cidades do entorno, afetando-as a até 800 km de distância e chegando a contribuir até mesmo para a aceleração do derretimento glacial. O evento também piorou a crise hídrica local.
Tempestades na região espalham os sais que outrora formavam o mar, destruindo plantações no caminho e contaminando a água potável. Em comparação com os desertos ao redor, a areia do Aralkum é bem tóxica, já que contém resquícios de testes de armas químicas pela União Soviética, com como fertilizantes e pesticidas das práticas agrícolas em massa também responsáveis por drenar o lago.
Entre as décadas de 1960 e 1990, os rios Amu Darya e Syr Darya, que fluíam desde as montanhas até o mar interno, foram redirecionados à irrigação de 7 milhões de hectares de algodão plantados durante a União Soviética.
A salinidade da água restante subiu a níveis maiores do que os dos oceanos, colapsando o ecossistema e a renda dos pescadores e de outros que dependiam do Aral para seu sustento.
Além disso, a exposição à poeira do deserto está ligada a problemas de saúde, incluindo defeitos congênitos. Atualmente, governos regionais buscam preencher o leito do antigo lago com vegetação, um esforço para conter a poeira tóxica.
As circunstâncias da seca do Mar de Aral estão se repetindo em vários locais do mundo, tanto por agricultura industrial como pelas mudanças climáticas — é um lembrete de que o colapso do lago é um problema mundial, e não local, e mais um sinal de que é necessário cuidar do meio ambiente antes que seja tarde demais para todas as formas de vida do planeta.
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