Não adianta Lula repetir Bolsonaro e falar para “bolha”, diz Motta

Novo presidente da Câmara dos Deputados declara que o presidente não pode ser "refém de posicionamentos ideológicos"

Fev 7, 2025 - 13:42
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Não adianta Lula repetir Bolsonaro e falar para “bolha”, diz Motta

O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), novo presidente da Câmara, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve repetir “o que Bolsonaro fez” e seguir falando só para uma “bolha”. A fala foi em entrevista publicada pelo Globo nesta 6ª feira (7.fev.2025).

“Não podemos, em um país complexo como o Brasil, ficar refém de posicionamentos ideológicos. Quem mais precisa quer resultado. O governo precisa entender isso. Não adianta Lula fazer o que Bolsonaro fez e ficar o tempo todo falando para uma bolha que o faz errar”, disse Motta.

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O deputado afirma que o governo Lula tem pontos positivos, como o Minha Casa, Minha Vida e o Pé-de-Meia, mas defende que a gestão do petista deve discutir a responsabilidade com as contas públicas. “Do ponto de vista econômico, o governo tem vacilado e deixado de tomar decisões necessárias. Isso tem trazido instabilidade”, afirmou.

Sobre a proposta que anistia os condenados pelos atos extremistas do 8 de Janeiro, Motta afirmou que a pauta cria tensão com o STF e o Executivo por não existir um consenso. “Não faremos uma gestão omissa. Enfrentaremos os temas, mas com responsabilidade e sem tocar fogo no país”, declarou.

O deputado mencionou conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema e disse ter ouvido um pedido para “não prejudicar a pauta” caso um acordo seja feito no colégio de líderes e se “houver ambiente na Casa”. Já em reunião com o PT, os integrantes da sigla pediram que o tema não ande na Câmara.

Leia outros destaques da entrevista:

  • sigilo 100 anos do Executivo – “A transparência não pode ser relativa. Não podemos ter o Executivo com sigilo de 100 anos. Não vamos admitir que seja exigido apenas para nós, porque denota que estamos abaixo dos demais Poderes. Não estamos. O STF, grande bastião e defensor da democracia, não ficará contra o Judiciário ser mais transparente”, explicou.
  • regulamentação das redes sociais – defendeu que a Câmara não é obrigada a legislar sobre tema e pode decidir se é uma prioridade ou não. “É uma decisão política também. Acho até que temos de discutir, mas é um tema complexo na Casa”, afirmou.
  • inteligência artificial – disse que Rodrigo Pacheco (PSD) pediu, antes de encerrar o mandato como presidente do Senado, que o tema fosse priorizado. “Queremos e vamos avançar nessa discussão. Vamos colocar na ordem do dia, porque é uma pauta mundial. É inegável a força que a Inteligência Artificial tem tido, inclusive mudando de forma significativa a vida das pessoas”, declarou.