Duas brasileiras entram em lista global sobre IA
Duas brasileiras entraram para a lista das 100 mulheres mais brilhantes em ética na inteligência artificial no mundo: Aline Fuke Fachinetti, da Edenred, e Luciana Monteiro-Krebs, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O título foi concedido pela Women in AI Ethics...
Duas brasileiras entraram para a lista das 100 mulheres mais brilhantes em ética na inteligência artificial no mundo: Aline Fuke Fachinetti, da Edenred, e Luciana Monteiro-Krebs, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O título foi concedido pela Women in AI Ethics, que, desde 2018, reconhece mulheres pioneiras e especialistas ao redor do mundo que trabalham para tornar a IA mais segura e equitativa.
Fachinetti é uma advogada especialista em gerenciamento de programas de privacidade com ênfase na LGPD. Formada pela PUC-SP, com certificação em governança de IA, ocupa atualmente o cargo de gerente sênior de proteção de dados nas Américas da Edenred.
A profissional coordenou recentemente o lançamento de um livro pela Revista dos Tribunais, voltado a líderes e profissionais que desejam dominar a implementação e a gestão da governança responsável da IA nas empresas.
A obra aborda regulamentações, frameworks e melhores práticas para estruturar e fortalecer a governança da IA, além de explorar as complexidades éticas, legais e operacionais ao longo do ciclo de vida de uma inteligência artificial.
Já Krebs é professora e pesquisadora do Departamento de Ciências da Informação da UFRGS. Desde 2012, estuda plataformas digitais, algoritmos, redes sociais e plataformas de dados.
A pesquisadora já defendeu uma tese na KU Leuven (Bélgica) sobre os efeitos dos algoritmos em redes sociais acadêmicas para a comunicação científica.
Com experiência tanto no mercado privado quanto na academia, Krebs, que possui formação interdisciplinar, também colidera, junto ao professor Fabiano Couto Corrêa da Silva, o Laboratório de Dados, Métricas Institucionais e Reprodutibilidade Científica (Datalab) da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS (Fabico).
"Há muitos anos, pesquisadores vêm alertando a sociedade sobre os riscos inerentes a certas lógicas e funções específicas em plataformas digitais, que, nos últimos tempos, alimentam fenômenos como a polarização e a desinformação. É necessário um esforço multidisciplinar, técnico, acadêmico e também político para promover mais transparência, responsabilização e ética em sistemas de IA", afirma Krebs.
A IA vem sendo debatida há anos em nível mundial, tanto no âmbito social e profissional quanto no mercado econômico.
Há disputas sobre tipos de modelos de algoritmos, sobre qual empresa entrega mais informações e oferece mais usabilidade com menores recursos, além de disputas relacionadas à massificação e ao controle das narrativas tecnológicas.
Trabalhar contra os vieses e as assimetrias do sistema de IA, promover transparência, responsabilidade e compreensão desses sistemas é um dos pilares da Women in AI Ethics.
A Women in AI Ethics é uma organização liderada por voluntários e financiada por pequenos doadores, que, além de trabalhar pelo reconhecimento de mulheres na área de IA, promove ações de letramento digital em bibliotecas públicas.