Crítica | Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa (2025): simples e encantador

Adaptação exalta a essência do personagem com humor, emoção e uma mensagem atemporal. O post Crítica | Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa (2025): simples e encantador apareceu primeiro em Cinema com Rapadura.

Jan 18, 2025 - 16:29
Crítica | Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa (2025): simples e encantador

As adaptações dos quadrinhos de Maurício de Sousa para os cinemas vêm se mostrando ótimos exemplares de longas infantojuvenis — apenas o recente “Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo” e seu elenco renovado ficou abaixo dos seus antecessores “Turma da Mônica: Laços” e “Turma da Mônica: Lições”. Ainda assim, é difícil imaginar uma transposição mais fiel e encantadora desse universo do que “Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa”. Dirigido por Fernando Fraiha (“Bem-Vinda, Violeta!”), o filme aposta em uma narrativa com um belo visual e homenageia não só as histórias originais do personagem, como também a beleza do interior do país e as relações humanas que o definem.

Começamos vendo o Chico brilhantemente interpretado por Isaac Amendoim como narrador da própria história, uma escolha que instiga o público a se conectar com a perspectiva inocente e curiosa do protagonista. Somos apresentados à Vila Abobrinha, um cenário de cores vibrantes, sons e texturas que representam o Brasil rural, mas também parecem vir diretamente das páginas dos quadrinhos.

A trama de “Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa” mistura magia e realidade de maneira orgânica graças à visão das crianças, além de trazer uma mensagem sobre preservação ambiental comum, mas relevante atualmente. A tal goiabeira do título se mostra uma personagem cativante, simbolizando a relação entre o ser humano e a natureza, além de ser o centro dos dilemas entre progresso e tradição que movem a história. Uma surpreendente participação especial dá ainda mais importância para a árvore, adicionando toda uma nova camada de encantamento em uma sequência que parece ser tirada de “Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo”, elevando ainda mais a experiência de assistir. O diretor conduz essa narrativa com leveza e uma confiança muito respeitosa na inteligência do público para absorver a mensagem.

Isaac Amendoim entrega uma atuação magnética, interpretando Chico Bento com tamanha naturalidade que parece ter nascido para o papel. O ator equilibra humor e inocência típicos de uma criança com o enorme coração que o protagonista mostra nos quadrinhos. Aliás, o desempenho do elenco mirim todo merece elogios, capturando a essência de seus personagens sem cair em exageros ou caricaturas — Zé Lelé (Pedro Dantas) dá um show à parte. Os adultos, na maioria pais da turminha, também têm seus momentos de brilho, com Luis Lobianco se destacando como Nhô Lau. Os vilões vividos por Augusto Madeira e Enzo Henrique sofrem com algumas repetições e falta de desenvolvimento, mas são essenciais para o andamento da trama.

O humor, marca registrada das histórias do Chico Bento, é bem dosado e as piadas fluem de maneira natural, reforçando a identidade cultural do personagem e sua forma sempre peculiar de lidar com as pessoas e os desafios do dia a dia. Ao mesmo tempo, o filme não se priva de abordar temas mais profundos com sensibilidade e sem subestimar os espectadores, algo ainda mais raro ao se tratar de uma produção infantil.

Mais do que um filme para crianças, “Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa” é um presente para os fãs de todas as idades. A obra celebra as raízes do Brasil ao destacar a riqueza da nossa cultura e lembrar que a simplicidade pode ser profundamente transformadora. O “Monicaverso” segue sendo um sucesso.

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