Anfavea diz estudar suspeitas de dumping de chinesas
Associação de montadoras diz que “estuda o mercado” para identificar possíveis casos e afirma defender a livre concorrência
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Marcio de Lima Leite, afirmou ao Poder360 nesta 2ª feira (27.jan.2025) que “há estudos de mercado em andamento” ao ser questionado sobre sobre as suspeitas de uma prática de dumping de empresas chinesas que comercializam veículos importados no Brasil.
O dumping é uma prática comercial desleal. Se dá quando uma empresa vende seus produtos abaixo do preço de custo ou de mercado em outras regiões e países para atingir a concorrência.
Leite também disse que a associação defende a livre concorrência e a prevenção de práticas que prejudiquem o mercado automotivo brasileiro.
“Há estudos de mercado em andamento. A Anfavea defende a livre concorrência e a prevenção de práticas que prejudiquem o mercado automotivo brasileiro, zelando pelos clientes, empregados, concessionários, fabricantes e indústria de autopeças”, afirmou.
Como mostrou o Poder360, a Anfavea já demonstrou preocupação com o estoque de carros híbridos e elétricos chineses que existe no país.
Duas empresas chinesas, BYD e GWM, venderam cerca de 60% de todos os eletrificados importados em 2024 e cerca de 23% dos veículos importados. Ambas irão inaugurar fábricas no Brasil em 2025.
Ao Poder360, a BYD, a maior produtora de veículos elétricos da China, negou a prática de dumping e disse estar comprometida com a ética nas suas práticas comerciais. Também afirmou estar construindo na Bahia o maior complexo industrial da companhia fora da China. Leia a íntegra no final do texto.
A empresa registrou um crescimento de 327,68% em 2024 e emplacou a venda de 76.713 veículos. Um em cada 4 carros híbridos vendidos no Brasil é da BYD, segundo a própria fabricante de automóveis.
No caso da GWM, o aumento foi de 154% em relação a 2023, com 29.218 unidades vendidas. As vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil bateram recorde em 2024 somando 177.358 unidades.
Para travar a chegada de ainda mais veículos importados no país, a Anfavea tem defendido um crescimento mais acelerado da alíquota de importação.
Como mostrou o Poder360, o desejo da associação é que a taxa encoste nos 35% imediatamente. A argumentação é que com o início da operação de fábricas de montadoras chinesas no Brasil nos próximos meses (BYD na Bahia e GWM em São Paulo), o estoque atual já é mais do que o suficiente para abastecer o mercado antes que os veículos produzidos nacionalmente engrenem.
Eís a íntegra da nota da BYD: