A Indonésia está vendendo um mineral raro por $ 6,8 bilhões por ano, mas isso traz um risco mortal

Quando pensamos na Indonésia, logo imaginamos praias de areia branca, vulcões imponentes e florestas tropicais vibrantes. Bali, sua ilha mais… Esse A Indonésia está vendendo um mineral raro por $ 6,8 bilhões por ano, mas isso traz um risco mortal foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Fev 4, 2025 - 02:50
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A Indonésia está vendendo um mineral raro por $ 6,8 bilhões por ano, mas isso traz um risco mortal
A Indonésia está vendendo um mineral raro porS$ 6,8 bilhões por ano, mas isso traz um risco mortal

Quando pensamos na Indonésia, logo imaginamos praias de areia branca, vulcões imponentes e florestas tropicais vibrantes. Bali, sua ilha mais famosa, atrai milhões de turistas todos os anos em busca de paisagens paradisíacas. Mas além das belezas naturais que encantam o mundo, o arquipélago esconde um segredo menos glamoroso: é o maior produtor global de níquel, um mineral essencial para a indústria de baterias e carros elétricos. E essa liderança tem um custo ambiental alarmante.

A Indonésia no Topo da Produção de Níquel

Com reservas estimadas em 21 milhões de toneladas, a Indonésia domina cerca de 22% da oferta mundial de níquel. Em 2023, o valor total das exportações do mineral atingiu impressionantes US$ 6,8 bilhões, segundo dados da Statista. As principais jazidas estão localizadas nas ilhas de Sulawesi e Halmahera, onde a mineração se expande rapidamente. Na ilha de Kabaena, em Sulawesi, por exemplo, cerca de 75% do território já foi liberado para exploração, embora apenas algumas empresas estejam em operação ativa.

Ilha Labengki, no Sudeste de Sulawesi.

Ilha Labengki, no Sudeste de Sulawesi.

O níquel é um componente-chave para as baterias de íon-lítio, usadas em veículos elétricos como os da Tesla. Com a crescente demanda por carros “verdes”, a procura pelo mineral disparou. Suas ligas metálicas aumentam a densidade energética das baterias, permitindo maior autonomia e eficiência. Mas enquanto o mundo celebra a transição para energias limpas, comunidades na Indonésia enfrentam consequências devastadoras.

O Custo Ambiental da Extração

A mineração de níquel está deixando cicatrizes profundas no ecossistema indonésio. Em Kabaena, um relatório da ONG local Satya Bumi, publicado em janeiro de 2024, revelou que as águas cristalinas da ilha agora estão poluídas. A contaminação reduziu os estoques de peixes, causou infecções de pele em crianças e ameaça o sustento de pescadores e agricultores. Além disso, a atividade mineradora é a principal causa de desmatamento nas chamadas “províncias do níquel”. Dois terços dos 920 mil hectares de áreas de mineração estão sob cobertura florestal, acelerando a perda de habitats naturais.

Mas os danos não se limitam à terra. No arquipélago de Raja Ampat, próximo à Papua Ocidental, a mineração está colocando em risco um dos ecossistemas marinhos mais biodiversos do planeta. A região abriga 75% das espécies de corais conhecidas no mundo e mais de 1.600 tipos de peixes, incluindo animais marinhos criticamente ameaçados, como tubarões-baleia e tartarugas-de-pente. Sedimentos tóxicos das minas são carregados pelas correntes oceânicas e, segundo Victor Nikijuluw, consultor da organização ambiental Konservasi Indonesia, “sufocam os recifes de coral, deslocam espécies marinhas e ameaçam toda a biodiversidade que sustenta as comunidades locais”.

Timer Manurung, diretor da ONG Auriga Nusantara, alertou em entrevista ao The Independent: “Enquanto a mineração de níquel continuar, os sedimentos vão destruir os corais e todo o ecossistema marinho. Raja Ampat é conhecida internacionalmente por sua riqueza biológica, e isso está em perigo”.

A Indonésia é a maior produtora de níquel do mundo.

A Indonésia é a maior produtora de níquel do mundo.

Os Planos do Governo e os Desafios pela Frente

Diante das críticas, o governo indonésio anunciou em novembro de 2023 que iria reforçar a fiscalização ambiental nas minas. Funcionários do Ministério de Energia e Recursos Minerais afirmaram que revisariam as licenças de operação (conhecidas como RKAB) e as cotas de produção das empresas que descumprirem as regras. Tri Winarno, alto funcionário do ministério, declarou à imprensa que garantir a “longevidade e sustentabilidade” das reservas de níquel é uma prioridade nacional, mas não detalhou como isso seria feito na prática.

Enquanto isso, comunidades locais e ambientalistas questionam se as medidas são suficientes. A mineração ilegal e a falta de transparência nas autorizações continuam a ser problemas persistentes. Além disso, a pressão internacional por níquel só aumenta: projeções indicam que a demanda global pelo mineral pode crescer até 500% até 2050, impulsionada pela indústria de veículos elétricos.

Para a Indonésia, equilibrar os lucros econômicos com a preservação ambiental parece ser um desafio complexo. O país tem potencial para se tornar um líder na economia verde, mas o caminho até lá exige escolhas difíceis. Enquanto o mundo depende do níquel para reduzir emissões de carbono, as ilhas indonésias pagam um preço alto — e invisível — em sua terra e mares.

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