Wall Street fecha em baixa com receio do regresso da inflação
A bolsa nova-iorquina encerrou esta sexta-feira em baixa, com os investidores a cederem aos receios de um regresso da inflação, que pode retardar a baixa da taxa de juro pela Reserva Federal (Fed).
A bolsa nova-iorquina encerrou esta sexta-feira em baixa, com os investidores a cederem aos receios de um regresso da inflação, que pode retardar a baixa da taxa de juro pela Reserva Federal (Fed).
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,99%, o tecnológico Nasdaq desvalorizou 1,36% e o alargado S&P500 perdeu 0,95%.
“É muito evidente que houve dois fatores que empurraram as cotações para baixo”, disse Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, à AFP, apontando, “de um lado, as estatísticas sobre o emprego” e, do outro, o índice de confiança dos consumidores.
A taxa de desemprego voltou a recuar nos EUA em janeiro, para os quatro por cento, nível este considerado como correspondente a uma situação de pleno emprego, conforme a informação divulgada hoje pelo Departamento do Trabalho.
Os analistas estavam à espera de uma manutenção nos 4,1%, segundo o inquérito realizado pela Briefing.com.
Ao mesmo tempo, a criação de emprego (143 mil) continuou forte, mas ficou abaixo dos 155 mil esperados.
“O problema é que vimos o salário horário aumentar”, o que constitui uma “preocupação” para os investidores, “porque tem estado relativamente calmo nos últimos meses”, destacou Cardillo.
“O aumento do salário horário médio (…) é de bom augúrio para as despesas de consumo, mas “pode ser interpretada como um indicador de inflação estável que vai impedir uma nova baixa da taxa de juro da Fed”, sublinhou o analista Patrick O’Hare.
A Fed tem a dupla missão de garantir a estabilidade dos preços — com um alvo de crescimento em torno dos dois por cento — e o pleno emprego.
Durante a sua última reunião, em janeiro, a Fed optou por manter a taxa de juro de referência no intervalo entre 4,25% e 4,50%.
Ao mesmo tempo, os operadores bolsistas acolheram com pessimismo a baixa da confiança dos consumidores, segundo um indicador divulgado esta sexta-feira.
Este índice recuou em fevereiro para 67,8% dos 71,1% de janeiro, número entretanto revisto em baixa, caindo para o seu mínimo desde julho de 2024, segundo a estimativa da Universidade do Michigan.
Ora, os analistas esperavam que o indicador subisse, para 71,3%, segundo as estimativas recolhidas pela Briefing.com.
“Numerosos investidores parecem inquietos com serem de novo confrontados com uma inflação elevada neste ano”, disse a diretora do inquérito, Joanne Hsu, citada no comunicado.
Ela evocou a “perceção” entre os inquiridos que é “talvez demasiado tarde para evitar o impacto negativos das taxas alfandegárias” aplicadas por Donald Trump.
O inquérito foi encerrado em 04 de fevereiro, duas semanas depois do início do segundo mandato de Trump, que impôs taxas alfandegárias suplementares de 10% às importações vindas da China.
Quanto a indicadores, Wall Street espera agora na próxima semana os índices de preços no consumo e na produção e do comércio retalhista.