Titanak foi há 10 anos
Falta um mês para se cumprirem 10 anos de um dos mais caricatos incidentes da história do Mundial de Ralis, o Titanak. Aquando da saída de estrada de Ott Tanak e Raigo Molder, o momento era de extrema preocupação, mas felizmente, devido à rapidez e destreza da dupla, sem esquecer os dotes de nadadores, tudo […] The post Titanak foi há 10 anos first appeared on AutoSport.
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Falta um mês para se cumprirem 10 anos de um dos mais caricatos incidentes da história do Mundial de Ralis, o Titanak. Aquando da saída de estrada de Ott Tanak e Raigo Molder, o momento era de extrema preocupação, mas felizmente, devido à rapidez e destreza da dupla, sem esquecer os dotes de nadadores, tudo acabou em bem, com piloto e navegador na margem, sãos e salvos. Tudo o resto, foi absolutamente invulgar com o incidente a correr mundo.
Depois de ver partir-se uma peça do Ford Fiesta WRC, a dupla da M-Sport capotou ravina abaixo ao km 2,6 da especial Los Mexicanos (de 9,91 km), aterrando com o carro com o tejadilho para cima, num lago de uma barragem, o que fez, com que rapidamente o carro se afundasse, felizmente, com a sua tripulação a conseguir escapar ilesa antes do Fiesta submergir e a nadar até à margem, com Molder a conseguir ainda salvar as suas notas. A história acabou bem, mas os minutos foram dramáticos não só para o piloto e o copiloto, como também para toda a equipa da M-Sport que demorou 17 minutos a ter notícias sobre o paradeiro de Tanak e Molder.
Depois e dado que os estragos no Fiesta não eram, apesar de tudo, elevados e a dupla, de imediato, se prontificou a prosseguir em prova no dia seguinte, caso a equipa de mecânicos conseguisse recuperar o carro, foi deitar mãos à obra e dar novamente vida ao Fiesta com o chassis nº 29 e matrícula PX61AYK que, de resto, se tinha estreado no Rali do México de 2012 e fazia agora a sua 30ª participação em provas do WRC, depois de ter passado pelas mãos de Petter Solberg, Juho Hanninen, Subhan Aksa (emversão RRC), Gabriel Pozzo, Abdulaziz Al Kuwari e Elfyn Evans. Final feliz para uma ‘estória’ que podia ter tido contornos bem mais dramáticos.
Tanak explica como sobreviveu: “Ainda tive tempo de soltar a ficha do intercomunicador… mesmo a tempo!”
Ott Tanak e Raigo Molder conseguiram escapar ao ‘naufrágio’ do seu Ford Fiesta WRC num acidente e experiência que ficará para sempre nas suas memórias. Em 25 segundos, o carro ficou totalmente submerso no lago, mas piloto e navegador tiveram a frieza de se libertarem rapidamente e, basicamente, sobreviver. Tanak explicou como tudo aconteceu: “Havia uma pequena bossa na estrada e penso que travei nela e algo se partiu na parte dianteira. O carro capotou morro abaixo e foi parar à água que começou a entrar. Acho que já estava fora do carro antes de ele começar a afundar”. Segundo o piloto, “é daqueles momentos em que reages o mais depressa possível. Foi ‘ok’ sair do carro, mas não consegui desligar o intercomunicador. O carro começou a ir ao fundo e foi-me arrastando. Mas felizmente ainda tive força suficiente para soltar a ficha do intercomunicador mesmo a tempo e depois tudo ficou bem. O carro afundou-se e nós sobrevivemos”. A parte mais importante estava feita, mas havia mais problemas para resolver. Continuado a explicar a aventura do mergulho, o estónio contou que “havia um problema porque não conseguiamos falar com a equipa ou com os organizadores, com ninguém durante bastante tempo. Queria também ligar para a Estónia e dizer que estava bem, mas os nossos telemóveis ficaram no carro, debaixo de água. Isso fez com que toda a gente se assustasse antes de podermos chegar ao Parque de Assistência. Felizmente, o Raigo ficou bem e conseguiu salvar as nossas notas! Ando sempre com um pequeno pato que serve de mascote e, por isso, sabia que tudo ia acabar bem!”, desabafou o estónio.
A angústia de Malcolm Wilson e de toda a equipa: “Tememos o pior!”
Malcolm Wilson e toda a equipa da M-Sport viveram momentos verdadeiramente angustiantes logo após o acidente de Tanak com a falta de comunicações que, dadas as circunstâncias, foram impossíveis de estabelecer. Sobre esse terrível momento de ansiedade, o patrão da equipa M-Sport, contou: “Quando o Kris Meeke disse que não o tinha visto, os organizadores fizeram levantar um helicóptero para ir à sua procura e encontrá-los. Como se imagina, nós também não poupávamos esforços para tentar localizar o carro no sistema de GPS. Percebemos onde saíram de estrada e que tinham ido parar ao lago e então tememos o pior. Os organizadores pararam o troço e enviaram um carro que estava na partida que, felizmente, os acabou por localizar fora do carro. Foi um grande alívio. Tínhamos ficado completamente impotentes para fazer o que quer que fosse”. Perante um cenário tão emotivo, Wilson recordou que “já tem havido momentos de tensão ao longo dos anos, mas este foi, particularmente, preocupante devido à sua natureza. Aqueles 17 ou mais minutos à espera de notícias foram muito difíceis”.
M-Sport mostrou o que vale: Trabalho de recuperação do Fiesta foi fenomenal!
Dez horas depois de submergir nas águas da barragem, o Ford Fiesta WRC de Ott Tanak estava pronto para reiniciar o rali segundo as regras do Rally 2, após uma maratona de trabalho da equipa técnica da M-Sport que, em apenas três horas, conseguiu voltar a colocar o Fiesta de novo na estrada. Como se pode imaginar, recuperação do carro envolveu inúmeras operações. Desde logo, a mudança da caixa de velocidades, do depósito de combustível, do sistema de arrefecimentos, da válvula do turbo, da suspensão dianteira e traseira, bem como de inúmeros outros componentes eletrónicos e mecânicos. Naturalmente, o motor também for reparado e drenado o excesso de água que continha, num trabalho que durou os 180 minutos regulamentares para recolocar o carro no Parque Fechado e que pôs à prova as capacidades da equipa liderada por Malcolm Wilson e onde o chefe de mecânicos português, Miguel Cunha, liderou a ordem de trabalhos. Nessa missão que parecia impossível, destaque para o próprio Tanak (que antes de ser piloto, tinha sido mecânico) que ajudou no que pôde e nunca abandonou o local onde o seu carro estava a ser reconstruído. Segundo Wilson, “havia muita gente no Parque de Assistência que não acreditava ser possível recuperarmos o carro, mas eu sabia que sim e que valia a pena o esforço. Acabámos por conseguir com um trabalho fenomenal dos nossos mecânicos”. Apesar de ter regressado então à estrada, o Fiesta acabou por não conseguir chegar ao primeiro troço da segunda etapa (encostando na ligação com problemas devido a um sensor), mas foi mais uma vez revisto para o terceiro e último dia de prova, onde voltou ao seu ambiente natural, a terra e o pó, para dar cartas e conseguir ainda um… tempo!The post Titanak foi há 10 anos first appeared on AutoSport.