Nova rodada de libertação de reféns do Hamas fica ganha contornos de incerteza após falas de Trump sobre Gaza

Libertação de mais reféns em poder do grupo terrorista em troca da soltura de prisioneiros palestinos está prevista para ocorrer neste sábado (8), mas informações sobre troca estão Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025. REUTERS/Ramadan Abed TPX IMAGES OF THE DAY A incerteza impera sobre uma nova rodada de troca de reféns israelenses por detentos palestinos entre Israel e o grupo terrorista Hamas, programada para o fim de semana. Em meio a um aumento das tensões após comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o país "assumir" Gaza e remover os palestinos, praticamente não foram divulgadas informações às vésperas da nova troca. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Vários reféns israelenses, sequestrados nos ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro de 2023 que desencadearam a guerra em Gaza, serão libertados neste sábado (8) em troca de prisioneiros palestinos detidos em penitenciárias israelenses, segundo o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro. Até o momento não foram revelados detalhes sobre a troca. "Não temos informações sobre a lista de reféns que serão libertados no sábado", disse à agência de notícias AFP um porta-voz do Fórum das Famílias de Reféns, a principal associação de parentes das vítimas, que voltou a pedir ao governo, nesta sexta-feira, para acelerar a liberação. A comunicação, poucos dias antes, pelo Hamas ao governo israelense dos nomes dos reféns que serão libertados tem sido prática comum neste cessar-fogo, o que ainda não aconteceu desta vez. As negociações indiretas entre Hamas e Israel sobre a segunda fase do acordo começaram na terça-feira no Catar, um dos três mediadores do processo, ao lado de Estados Unidos e Egito, segundo um porta-voz do movimento palestino. A nova etapa deve resultar na libertação de todos os reféns e no fim definitivo da guerra em Gaza. Durante a visita a Washington do chefe de Governo israelense, Donald Trump anunciou a proposta surpreendente de assumir o controle do território palestino e transferir a população de Gaza para países vizinhos, com o objetivo de possibilitar a reconstrução. "A Faixa de Gaza será entregue aos Estados Unidos por Israel ao final da luta", afirmou Trump. Ele acrescentou que os palestinos serão "realocados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região", como no Egito ou Jordânia, escreveu em sua rede Truth Social. Os dois países, no entanto, rejeitaram com veemência a proposta. - "Ocupação" -Apesar de vago, o plano de Trump deixa em perigo a ideia de uma solução de dois Estados para solucionar o conflito palestino-israelense de décadas. A opção é defendida por grande parte da comunidade internacional, mas Israel se opõe. Desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro, o republicano multiplicou os gestos de apoio a Israel. O mais recente aconteceu na quinta-feira, quando assinou uma ordem executiva que prevê sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) por empreender "ações ilegais" contra os Estados Unidos e Israel. Benjamin Netanyahu presenteou o presidente americano com um pager dourado durante sua viagem a Washington, uma recordação da operação israelense com estes dispositivos contra o Hezbollah libanês que deixou 39 mortos e quase 3.000 feridos, segundo as autoridades libanesas. Após o início da guerra entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza, o Hezbollah libanês abriu uma frente de batalha contra Israel, alegando atuar em apoio aos palestinos, o que desencadeou confrontos violentos transfronteiriços durante mais de um ano. Apesar das críticas à proposta Trump em toda a comunidade internacional, Israel anunciou na quinta-feira que está preparando um plano para uma saída "voluntária" dos habitantes de Gaza. "Rejeitamos substituir uma ocupação por outra. Gaza pertence ao seu povo, que não vai sair", respondeu o Hamas. O acordo permitiu quatro operações de libertação que envolveram 18 reféns israelenses e quase 600 palestinos. A primeira etapa da trégua deve permitir a libertação de 33 reféns, incluindo pelo menos oito mortos, e 1.900 palestinos. Dos 251 sequestrados no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, 76 permanecem em cativeiro em Gaza, dos quais pelo menos 34 morreram, segundo o Exército de Israel. O ataque do Hamas deixou 1.210 mortos do lado israelense, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. A ofensiva israelense deixou pelo menos 47.583 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo os dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Fev 7, 2025 - 16:25
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Nova rodada de libertação de reféns do Hamas fica ganha contornos de incerteza após falas de Trump sobre Gaza

Libertação de mais reféns em poder do grupo terrorista em troca da soltura de prisioneiros palestinos está prevista para ocorrer neste sábado (8), mas informações sobre troca estão Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025. REUTERS/Ramadan Abed TPX IMAGES OF THE DAY A incerteza impera sobre uma nova rodada de troca de reféns israelenses por detentos palestinos entre Israel e o grupo terrorista Hamas, programada para o fim de semana. Em meio a um aumento das tensões após comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o país "assumir" Gaza e remover os palestinos, praticamente não foram divulgadas informações às vésperas da nova troca. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Vários reféns israelenses, sequestrados nos ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro de 2023 que desencadearam a guerra em Gaza, serão libertados neste sábado (8) em troca de prisioneiros palestinos detidos em penitenciárias israelenses, segundo o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro. Até o momento não foram revelados detalhes sobre a troca. "Não temos informações sobre a lista de reféns que serão libertados no sábado", disse à agência de notícias AFP um porta-voz do Fórum das Famílias de Reféns, a principal associação de parentes das vítimas, que voltou a pedir ao governo, nesta sexta-feira, para acelerar a liberação. A comunicação, poucos dias antes, pelo Hamas ao governo israelense dos nomes dos reféns que serão libertados tem sido prática comum neste cessar-fogo, o que ainda não aconteceu desta vez. As negociações indiretas entre Hamas e Israel sobre a segunda fase do acordo começaram na terça-feira no Catar, um dos três mediadores do processo, ao lado de Estados Unidos e Egito, segundo um porta-voz do movimento palestino. A nova etapa deve resultar na libertação de todos os reféns e no fim definitivo da guerra em Gaza. Durante a visita a Washington do chefe de Governo israelense, Donald Trump anunciou a proposta surpreendente de assumir o controle do território palestino e transferir a população de Gaza para países vizinhos, com o objetivo de possibilitar a reconstrução. "A Faixa de Gaza será entregue aos Estados Unidos por Israel ao final da luta", afirmou Trump. Ele acrescentou que os palestinos serão "realocados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região", como no Egito ou Jordânia, escreveu em sua rede Truth Social. Os dois países, no entanto, rejeitaram com veemência a proposta. - "Ocupação" -Apesar de vago, o plano de Trump deixa em perigo a ideia de uma solução de dois Estados para solucionar o conflito palestino-israelense de décadas. A opção é defendida por grande parte da comunidade internacional, mas Israel se opõe. Desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro, o republicano multiplicou os gestos de apoio a Israel. O mais recente aconteceu na quinta-feira, quando assinou uma ordem executiva que prevê sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) por empreender "ações ilegais" contra os Estados Unidos e Israel. Benjamin Netanyahu presenteou o presidente americano com um pager dourado durante sua viagem a Washington, uma recordação da operação israelense com estes dispositivos contra o Hezbollah libanês que deixou 39 mortos e quase 3.000 feridos, segundo as autoridades libanesas. Após o início da guerra entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza, o Hezbollah libanês abriu uma frente de batalha contra Israel, alegando atuar em apoio aos palestinos, o que desencadeou confrontos violentos transfronteiriços durante mais de um ano. Apesar das críticas à proposta Trump em toda a comunidade internacional, Israel anunciou na quinta-feira que está preparando um plano para uma saída "voluntária" dos habitantes de Gaza. "Rejeitamos substituir uma ocupação por outra. Gaza pertence ao seu povo, que não vai sair", respondeu o Hamas. O acordo permitiu quatro operações de libertação que envolveram 18 reféns israelenses e quase 600 palestinos. A primeira etapa da trégua deve permitir a libertação de 33 reféns, incluindo pelo menos oito mortos, e 1.900 palestinos. Dos 251 sequestrados no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, 76 permanecem em cativeiro em Gaza, dos quais pelo menos 34 morreram, segundo o Exército de Israel. O ataque do Hamas deixou 1.210 mortos do lado israelense, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. A ofensiva israelense deixou pelo menos 47.583 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo os dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.