PT quer barrar PL e Eduardo Bolsonaro no comando da Comissão de Relações Exteriores
Encerrada a definição das cadeiras da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, cada partido se prepara para a disputa ao redor das comissões. Uma delas levanta preocupações para o PT, principal partido do governo, que busca evitar com que um parlamentar do PL ou outros nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro assumam a Comissão de […] The post PT quer barrar PL e Eduardo Bolsonaro no comando da Comissão de Relações Exteriores appeared first on Congresso em Foco.
Encerrada a definição das cadeiras da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, cada partido se prepara para a disputa ao redor das comissões. Uma delas levanta preocupações para o PT, principal partido do governo, que busca evitar com que um parlamentar do PL ou outros nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro assumam a Comissão de Relações Exteriores. O colegiado ganha maior importância em 2025, ano em que o Brasil será sede de dois eventos internacionais importantes: a COP30, em Belém (PA), e a Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro.
O nome do partido para presidir a comissão é o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Bolsonaristas querem, no comando do colegiado, ampliar sua influência nas discussões com a extrema direita fora do país. O movimento é considerado estratégico para aumentar a interlocução com lideranças internacionais, sobretudo após a volta de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
“A gente vai fazer o esforço de blindar a Comissão de Relações Exteriores e Defesa. Esse é um tema tão importante, que tem um papel institucional tão importante, que não pode servir como plataforma da extrema-direita”, disse o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), em conversa com jornalistas. Ele conta que existe conversa com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) nesse sentido, e a proposta é para que o colegiado seja presidido por Beto Richa (PSDB-PR).
Se concretizado o acordo, esta será a segunda vez seguida em que a comissão ficará aos cuidados do PSDB. Em 2024, seu presidente foi Lucas Redecker (PSDB-RS). Isso não impediu a ala bolsonarista de exercer forte influência: a primeira vice-presidência foi assumida pelo deputado General Girão (PL-RN), um dos mais radicais aliados do ex-presidente. O PL obteve maioria das cadeiras titulares, consolidando-se como principal força no colegiado.
Com maioria, a oposição atuou na contramão do governo em matéria de política externa, como na busca por aproximação com Israel em meio ao conflito com a Palestina ou nas cobranças por uma ruptura do Brasil com a Venezuela após a crise eleitoral do país vizinho. Na visão de Lindbergh, o espaço virou um instrumento de propaganda.
“Não é correto ela ser usada como forma de disseminação de propaganda da extrema direita. Na verdade, esse é o temor que a gente tem. Ela tem funções institucionais. [Inclusive], o presidente da Comissão de Relações Exteriores participa de uma comissão de controle das atividades de inteligência”, ressaltou.
O colegiado que ele cita é a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), onde um dos membros na Câmara é eleito pela Comissão de Relações Exteriores. Em 2023, o governo enfrentou problemas no órgão. Um dos membros titulares foi o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, investigado exatamente por fazer uso político do aparato da instituição.
Além do esforço para blindar a comissão, Lindbergh confirmou o interesse de seu partido em assumir a presidência da Comissão de Educação em 2024. O nome preferido para a função é o da deputada Dandara (PT-MG). No ano passado a comissão foi presidida pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
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