Mistério em desaparecimento é revelado após 12 anos por falta de dedo em cadáver
Caso foi revisitado graças ao programa PCI Conecta; com as novas informações, investigação foi reaberta pela Polícia Civil
A Polícia Científica de Santa Catarina descobriu a identidade de um homem assassinado em 2013 em Chapecó (SC) por conta da ponta de dedo da vítima. Na verdade, da falta dela.
O corpo, que foi enterrado sem a identidade revelada, foi exumado no final do ano passado, como parte do programa PCI Conecta. O projeto tem objetivo de localizar pessoas desaparecidas e identificar vítimas com identidade indeterminada, de acordo com o Superintendente Regional de Polícia Científica em Chapecó, Felipe Salata Braga.
"A partir desse programa, a Polícia Científica revisitou casos de cadáveres não identificados que tínhamos em Chapecó e comparou com a lista de pessoas desaparecidas da Polícia Civil", explicou Braga ao Correio.
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Durante as buscas, um detalhe chamou atenção dos peritos: um dos corpos não tinha a ponta do indicador da mão direita. No registro policial, constava uma pessoa desaparecida que também não tinha essa parte do corpo. "Como a localização espaço-temporal do cadáver era próxima ao que constava do desaparecimento da vítima, levantou nossa suspeita inicial", afirmou o Superintendente.
Com a desconfiança, os profissionais procederam às etapas para verificar se era a mesma pessoa. Foram realizadas entrevistas com a família do homem desaparecido, nas quais foram levantados dados relevantes sobre ele, como histórico médico e dentário.
Em seguida, foi realizado o laudo pericial de antropologia e odontologia legal, que comparou ossos e dentes do corpo aos da vítima desaparecida. Além da falta do dedo, foi descoberta uma assimetria no cotovelo, que tanto o desaparecido quanto o corpo tinham. A arcada dentária e o histórico de próteses nos dentes também correspondiam.
"Tudo o que foi analisado foi correspondente, então pudemos identificar definitivamente a vítima", alegou Braga.
Após a identificação, o caso será reaberto pela Polícia Civil, que apura as circunstâncias do assassinato. "Na época, como não foi possível identificar a vítima, a investigação foi bastante prejudicada. Entretanto, com a identificação, o delegado de polícia da Delegacia de Homicídios irá representar pela reabertura do inquérito policial para retomar a investigação já nos próximos dias", informou ao Correio o Delegado Regional de Chapecó, Rodrigo Moura.