Mais um suspeito da morte de delator do PCC é preso em São Paulo

Vinícius Gritzbach foi executado em 9 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos

Jan 18, 2025 - 14:38
Mais um suspeito da morte de delator do PCC é preso em São Paulo

Mais um suspeito de participar do assassinato de Vinícius Gritzbach, delator da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), foi preso neste sábado (18/1). O empresário foi executado em 9 de novmebro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Em nota enviada ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública informou que o preso é um tenente da Polícia Militar.  Ele é investigado por ser o condutor do VW Gol preto utilizado no crime. O suspeito foi localizado e preso no Jardim Umuarama, em Osasco, e conduzido à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, onde teve sua prisão formalizada. Em seguida, ele será encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes.

"A Secretaria de Segurança Pública ressalta que as forças de segurança do estado são instituições legalistas e que nenhum desvio de conduta será tolerado. A força-tarefa criada para investigar o crime segue em diligências para identificar e punir todos os envolvidos. Nos últimos dias, 17 pessoas foram presas, entre elas, 15 policiais militares", frisou a pasta.

Na quinta-feira (16/1), a Corregedoria da Polícia Militar deflagrou uma operação para cumprir 15 mandados de prisão e sete de busca e apreensão contra policiais militares suspeitos de envolvimento com o PCC. Entre os investigados, está um policial identificado como autor dos disparos que mataram Vinícius Gritzbach.

Os policiais militares integrantes da quadrilha passaram a ser investigados em março do ano passado, quando a Corregedoria recebeu uma denúncia sobre possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção.

Essa investigação evoluiu para um inquérito policial militar, instaurado cerca de sete meses depois, no qual foi apurado que os envolvidos, entre militares da ativa, da reserva e até ex-integrantes da instituição, conseguiam favorecer membros de uma organização criminosa, evitando prisões ou prejuízos financeiros.

Entre os beneficiados pelo esquema estavam líderes da facção e até mesmo pessoas procuradas pela Justiça.

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"Foi descoberto, ainda, que policiais prestavam escolta para criminosos, como é o caso do homem assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ele tinha envolvimento com lavagem de dinheiro e duplo homicídio. Os militares que prestavam serviço ao suspeito sabiam sobre os crimes e também integravam a quadrilha", informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Quatorze policiais atuavam numa escolta ilícita de segurança pessoal de Gritzbach. Entre esses 14 havia um tenente que atuava como chefe da equipe. Os policiais chegaram a usar um veículo que imitava uma viatura descaracterizada, segundo a investigação. A intenção era valer-se da função de policial militar para dar aparência de que aquilo era uma segurança pessoal. Outro tenente preso facilitava as escalas de serviço dos subordinados.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que a investigação usou várias ferramentas de inteligência para chegar à identificação do atirador. “Alguns (policiais) realizavam escolta ilegal. Conseguiu-se comprovar que os policiais sabiam da conduta delituosa antes e depois, que o Vinicius era um criminoso que tinha função específica na lavagem de dinheiro e que continuava cometendo atos ilícitos após a delação premiada feita com o MP”, explicou Derrite.

O corregedor da Polícia Militar de São Paulo, coronel Fábio Sérgio do Amaral, deu mais detalhes sobre a apuração do caso. “Vinicius era réu por duplo homicídio de líderes do PCC. Era réu e delator por ser envolvido com lavagem de dinheiro para o PCC. Os policiais tinham conhecimento disso e voluntariamente e conscientemente aderiram e continuaram fazendo segurança pessoal desse indivíduo. Por isso, foram considerados integrantes da organização criminosa”, disse o corregedor.