China abre investigação contra Google após medidas de Trump

Mesmo sem oferecer buscador e serviços no país, Google ainda tem negócios no mercado de publicidade com parceiros chineses China abre investigação contra Google após medidas de Trump

Fev 4, 2025 - 17:09
 0
China abre investigação contra Google após medidas de Trump

A China anunciou uma investigação contra o Google por possível violação das leis anti-monopólio do país. A medida foi vista como uma retaliação às tarifas de importação impostas pelo governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O que se sabe sobre a investigação?

A Administração Estatal para Regulação do Mercado da China disse suspeitar que o Google violou a lei anti-monopólio do país. O órgão não forneceu mais detalhes sobre a investigação, nem qual seria a irregularidade cometida pela companhia.

Segundo fontes locais ouvidas pelo Financial Times, o processo terá como foto o domínio do Google no mercado de sistemas operacionais, com o Android, analisando possíveis danos causados a fabricantes chinesas, como Xiaomi e Oppo.

Desde 2010, a China bloqueia os serviços de busca e internet do Google em seu território. A empresa chegou a ter um pequeno centro de inteligência artificial na China entre 2017 e 2019, mas encerrou suas atividades.

Mesmo assim, o Google ainda opera no mercado de publicidade e anúncios, além de dar suporte a aplicativos móveis. De acordo com a Reuters, a receita obtida pelo no país corresponde a 1% das vendas globais.

Investigações do tipo não são inéditas para o Google, que enfrenta situações semelhantes na Europa e nos próprios EUA. Mesmo assim, a ação veio como parte de um conjunto mais amplo, direcionado a várias empresas americanas.

Que outras medidas foram tomadas?

A China tomou mais decisões que impactam, direta ou indiretamente, o setor de tecnologia. O país impôs novos controles à exportação de materiais relacionados a tungstênio. O elemento químico tem aplicações que vão de canetas esferográficas à indústria aeroespacial, passando por filamentos de iluminação, eletrodos e mais.

A empresa de sequenciamento genético Illumina foi adicionada a uma lista de entidades restritas, sob acusação de medidas discriminatórias contra companhias chinesas. Com isso, ela está sujeita a multas, bloqueios comerciais e revogação de licenças de trabalho concedidas a funcionários estrangeiros.

Saindo do mercado de tecnologia, a PVH (dona das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger) foi incluída na mesma lista que a Illumina. Produtos importados dos EUA, como carvão, gás natural, óleos e máquinas agrícolas também serão taxados.

As medidas chinesas vêm dias depois de o governo Trump impor uma tarifa de 10% nas importações vindas do país asiático. O presidente dos EUA também acabou com a isenção de taxa em compras abaixo de US$ 800 (cerca de R$ 4.500, em conversão direta), que era usada por varejistas como Shein e Temu.

As retaliações não devem parar por aí. Segundo as fontes do Financial Times, um inquérito formal contra a Intel deve ser anunciado em breve. Em dezembro, a China já afirmou que a Nvidia seria alvo de uma investigação por supostamente ter desrespeitado compromissos firmados em 2019, durante a compra da companhia israelense Mellanox Technologies.

Com informações da Reuters, Financial Times e TechCrunch

Atualizado às 12h48 com informações adicionais do Financial Times

China abre investigação contra Google após medidas de Trump