Taxas do Tesouro Direto têm nova queda em meio a sinais de desaceleração econômica
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As taxas dos títulos do Tesouro Direto recuam pela segunda sessão seguida nesta sexta-feira (31), dando sequência a um movimento de alívio se intensificou ontem em reação à nova alta da Selic, a dados de criação de empregos e a falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dessa vez, a queda nos prêmios vem na esteira de mais sinais de desaceleração da economia, aumentando expectativas de controle da inflação.
Os juros de papéis prefixados perdem o patamar de 15%, e passam a operar na casa dos 14,80%, o menor nível desde meados de dezembro, no caso dos vencimentos em 2031 e 2035. O mais curto, para 2027, vai a 14,95%.
Queda de taxas também entre os títulos de inflação, com o mais curto, de 2029, pagando 7,54% de juro real ao ano, ante 7,61% na véspera e 7,85% na quarta-feira (29). O papel com vencimento em 2045, por sua vez, passa a remunerar o investidor em 7,43% ao ano acima da inflação.
O movimento acontece após a taxa de desemprego no Brasil atingir 6,2% nos três meses até dezembro, ligeiramente acima dos 6,1% da mediana das previsões em pesquisa da Reuters.
Para analistas do Goldman Sachs, os números mostra “os primeiros sinais” de alívio da pressão do mercado de trabalho sobre a inflação, apesar de a taxa média anual de desemprego ter ficado abaixo do verificado em 2023 (6,6% contra 7,8%, e do crescimento real dos salários continuar alto.
Leonardo Costa, economista do ASA, destaque que, “depois do Caged, a PNAD também registra perda de ímpeto do mercado de trabalho ao final de 2024, com pequena elevação da taxa de desemprego e estabilidade da população ocupada; o PIB do 4T24 deve desacelerar em relação aos demais trimestre do ano, entregando ritmo de atividade mais modesto para 2025”.
O recuo nas taxas também acontece após a divulgação de um superávit primário em dezembro que surpreendeu expectativas do mercado. O governo central teve saldo positivo de R$ 26,728 bilhões no último mês do ano, enquanto Estados e municípios registraram déficit primário de R$ 12,018 bilhões e as estatais tiveram superávit de R$ 1,035 bilhão, mostraram dados do BC.
O resultado ajudou a reduzir a dívida bruta brasileira para 76,1% do PIB, ante 77,0% estimados pela pesquisa Reuters. Para o Goldman Sachs, no entanto, a dinâmica da dívida bruta deve permanecer em uma tendência ascendente nos próximos anos. “Colocar a dinâmica da dívida em uma tendência estrutural de declínio sustentado e construir amortecedores fiscais continuam sendo os principais desafios macro”.
Os títulos públicos chegaram a ter queda mais forte nas taxas no início das negociações, mas ela atenuou após os Estados Unidos informarem que a inflação acelerou em dezembro, aumentando a pressão do dólar sobre o real.
Para especialistas, apesar das taxas ainda altas nos prefixados e indexados à inflação, os títulos do Tesouro Selic são os mais indicados na renda fixa. Ainda assim, papéis que oferecem IPCA + 7% ao ano são um “investimento quase imbatível”, segundo Rafael Wynalda, especialista em renda fixa do Inter.
Confira as taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto na atualização de 103h40 desta sexta-feira (31):
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