Quénia anuncia cimeira extraordinária para debater situação no leste da RDCongo

“Discuti a realização da reunião na quarta-feira com o Presidente [ruandês], Paul Kagame, e com o Presidente [da RDCongo], Félix Tshisekedi, e ambos confirmaram a sua participação”, declarou hoje aos jornalistas o Presidente queniano, William Ruto, que detém atualmente a presidência da Comunidade dos Estados da África Oriental (CAO).

Jan 27, 2025 - 22:21
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Quénia anuncia cimeira extraordinária para debater situação no leste da RDCongo

A cimeira extraordinária da Comunidade dos Estados da África Oriental sobre a situação no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) realiza-se quarta-feira, com participação dos presidentes democrático-congolês e ruandês, anunciou hoje a Presidência queniana.

“Discuti a realização da reunião na quarta-feira com o Presidente [ruandês], Paul Kagame, e com o Presidente [da RDCongo], Félix Tshisekedi, e ambos confirmaram a sua participação”, declarou hoje aos jornalistas o Presidente queniano, William Ruto, que detém atualmente a presidência da Comunidade dos Estados da África Oriental (CAO).

Ruto não especificou qual o local para a realização da cimeira.

Goma, a principal cidade do leste da RDCongo é cenário de fogo de artilharia pesada após a entrada, na noite anterior, de combatentes do grupo rebelde M23 e soldados ruandeses.

Ruto disse que não acredita numa “solução militar” na região.

Cerca de meia dúzia de cessar-fogos e tréguas já foram declarados e depois violados no leste da RDCongo.

O último cessar-fogo foi assinado no final de julho.

Em dezembro, no âmbito de um processo de paz supervisionado por Angola, nomeada mediadora pela União Africana, uma reunião em Luanda entre Tshisekedi e Kagame foi cancelada devido à falta de acordo sobre os termos de um acordo.

A chegada dos soldados ruandeses e dos combatentes do M23 à capital da província de Kivu do Norte, na fronteira com o Ruanda e onde vivem um milhão de habitantes e outros tantos deslocados, marca o fim de várias semanas de avanços do exército democrático-congolês.

Num comunicado de imprensa divulgado no domingo à noite, o M23 referiu-se ao que designou como “dia glorioso da libertação da cidade de Goma”, lançando um ultimato aos soldados democrático-congoleses para que se rendam.

No mesmo dia, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, Kinshasa acusou o Ruanda de lhe ter “declarado guerra”.

A ONU apelou explicitamente “às Forças de Defesa do Ruanda para que deixem de apoiar o M23 e se retirem do território da RDCongo”.

Durante a reunião, vários Estados-membros apontaram igualmente o dedo ao Ruanda, nomeadamente a França, os Estados Unidos e o Reino Unido.