O futuro do Esporte: Tendências e Inovações que definirão 2025
Laura Guarnier, Consultora da OutField, destaca as principais tendências que estão mais conectadas com os acontecimentos e movimentos recentes O post O futuro do Esporte: Tendências e Inovações que definirão 2025 apareceu primeiro em MKT Esportivo.
Por Laura Guarnier, Consultora – OutField
Adaptação rápida às novas demandas dos consumidores, inovações tecnológicas e a crescente diversificação de receitas são apenas alguns dos exemplos que ilustram o futuro do esporte.
Abaixo elencamos as principais tendências para este ano, conectadas com os acontecimentos e movimentos recentes que indicam uma visão do que esperar.
Bem-estar e Saúde: O esporte como pilar de uma estilo de vida saudável
Em 2024, a integração de práticas de bem-estar no esporte se fortaleceu, como exemplificado por iniciativas de organizações esportivas e academias que começaram a focar mais na saúde mental, além da física. O lançamento de novas academias digitais e programas híbridos de treino, que permitem aos consumidores acessar aulas de fitness ao vivo ou sob demanda, com foco no bem-estar integral, mostra a relevância dessa tendência. O Gympass, plataforma de benefícios corporativos para saúde, passou por um rebranding que exemplifica a movimentação, tornando-se o WellHub. O reposicionamento tem como objetivo ampliar a oferta de serviços relacionados ao bem-estar e saúde mental, além do treino físico, estabelecendo-se como uma plataforma que oferece uma abordagem mais holística para o cuidado do corpo e da mente.
Segundo o relatório de tendências do Statista, em 2025, o bem-estar será um fator central nas decisões de compra, seja por meio de alimentos funcionais focados na saúde intestinal ou produtos de beleza feitos com ingredientes naturais. Em relação aos aplicativos deste segmento baixados no último ano, essa pesquisa verificou que 35% dos consumidores estão dispostos a investir dinheiro para melhorar a qualidade do sono, ou seja, aplicativos, serviços e marcas do âmbito esportivo ultrapassaram a fronteira da performance e agora são ferramentas para uma rotina de vida mais saudável como um todo.
A Revolução Digital no Esporte: A ascensão do Fitness Virtual
Falando em aplicativos, o fitness virtual está se consolidando como uma das maiores mudanças no esporte. A transformação digital do esporte é evidenciada pelo aumento de plataformas como Strava que continuou a crescer em 2024. O “social fitness”, que oferece ferramentas para monitoramento de atividades físicas, registrou um aumento significativo em seu número de usuários, com mais de 100 milhões de membros ativos, conforme divulgado pelo próprio Strava em 2024.
Além disso, a plataforma não só oferece funcionalidades de treino, mas também promove uma comunidade ativa, onde há interação em relação aos treinos, ou seja, aqui fortalecemos a tese de que mesmo esportes individuais podem ser engajados em grupo, como é o exemplo da “Running Era” com os grupos de corrida e socialização massiva de Gen Z via hábitos e ambientes esportivos.
Personalização e Experiência do Consumidor: O Foco no Público
A personalização se tornou uma tendência crescente em 2024, impulsionada pela implementação em larga escala de tecnologias de dados por organizações esportivas e plataformas de mídia. A NBA foi pioneira ao oferecer transmissões interativas, permitindo aos fãs escolher ângulos de câmera e acessar estatísticas ao vivo durante os jogos. Plataformas como DAZN e Amazon Prime também introduziram funcionalidades que personalizam a experiência de transmissão, muitas vezes com recursos de gamificação.
No futebol brasileiro, a BePass se destaca ao implementar tecnologia de reconhecimento facial em estádios, como no Allianz Parque. Essa solução não apenas agiliza o acesso dos torcedores, mas também permite que clubes e organizadores criem experiências personalizadas, oferecendo comunicações direcionadas e serviços adaptados às necessidades individuais de cada fã. Essa abordagem fortalece a lealdade e o engajamento, demonstrando o impacto transformador da tecnologia na relação entre torcedores e eventos esportivos.
O Red Bull Bragantino, por sua vez, exemplifica como inovar na experiência do consumidor, oferecendo um programa de sócio-torcedor que vai além dos benefícios tradicionais de ingressos e descontos. Seus torcedores têm a oportunidade de viajar para acompanhar jogos de times parceiros, como o RB Leipzig na Alemanha, além de acesso a ingressos para o GP de Fórmula 1 em São Paulo. O clube também organiza eventos culturais, como visitas a pontos turísticos e experiências com grandes artistas, conectando o futebol a um universo mais amplo de entretenimento.
Essas iniciativas criam uma relação mais próxima e personalizada com os torcedores, mostrando como a inovação fora de campo pode gerar um engajamento duradouro, mesmo sem o apelo dos grandes clubes tradicionais.
O impacto do ESG no Esporte: Responsabilidade Social e Negócio andam juntos
O ano de 2024 evidenciou a crescente relevância do ESG (ambiental, social e de governança) no setor esportivo. No aspecto ambiental, grandes clubes como FC Barcelona e Real Madrid lançaram iniciativas voltadas à sustentabilidade em seus estádios, incluindo o uso de energia renovável e a gestão eficiente de resíduos. Além disso, novas modalidades esportivas, antes menos incentivadas, começaram a ganhar destaque como oportunidades de negócio e expansão, superando a percepção de serem apenas ações de responsabilidade social e posicionando empresas em novas frentes estratégicas de atuação. Dito isso, trazemos dois grandes exemplos: o esporte feminino e o esporte paralímpico.
A Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2023 marcou um momento histórico ao alcançar números recordes: mais de 1 bilhão de telespectadores globalmente e quase 2 milhões de torcedores presentes nos estádios, com uma média de 30,9 mil espectadores por partida. Segundo relatório da Fifa, o evento gerou uma receita de US$ 570 milhões, impulsionada por campanhas de marcas, patrocinadores, clubes e ligas que investiram na ampliação da visibilidade e na promoção da equidade de gênero. No ano seguinte, as Olimpíadas de Paris representaram outro marco significativo para o esporte feminino, sendo a primeira edição olímpica com igualdade de gênero entre os atletas participantes após 32 edições. Das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 foram obtidas por mulheres, com destaques como Rebeca Andrade e Beatriz Sousa. Esses resultados apontam para um momento de maior visibilidade e consolidação do esporte feminino, evidenciando o começo de uma profissionalização estrutural e o fortalecimento de iniciativas de base.
Ainda no ciclo de Paris, o Comitê Paralímpico Brasileiro também fez história ao quebrar recordes de medalhas e engajamento, com a parceria com a Asics, que desenvolveu uma campanha focada no Comitê Paralímpico como negócio. Esse exemplo reflete a solidificação do esporte paralímpico em um negócio sólido e sustentável, que movimenta o mercado e abre oportunidades para atletas.
Nos últimos anos, o ESG consolidou-se como pilar estratégico no esporte, impulsionando avanços em sustentabilidade e inclusão. A profissionalização do esporte feminino e a expansão do esporte paralímpico reforçam o potencial transformador do setor e sua relevância como motor de inovação e impacto social, indicando a continuidade da expansão como tendência para o próximo ano e ciclo olímpico.
Varejo Esportivo: Movimentação casual e versátil das marcas
Ao invés de se concentrarem exclusivamente em roupas e equipamentos para a prática de esportes, muitas empresas começaram a lançar coleções de vestuário esportivo com modelos que podem ser usados tanto para atividades físicas quanto no dia a dia. Assim, vemos o setor de varejo esportivo passando por mudanças importantes, com marcas esportivas se adaptando ao desejo crescente dos consumidores por peças mais casuais e versáteis.
Um exemplo disso é a Adidas, que manteve parcerias estratégicas com marcas de moda como Y-3 e Pharrell Williams, lançando linhas sofisticadas e casuais que ampliam o apelo das marcas esportivas a públicos diversos em busca de autenticidade e conforto. Além disso, a empresa revitalizou seus clássicos, destacando-se com a expansão e popularização da linha Samba, consolidando a Adidas Originals como um dos principais nomes do segmento no cenário da moda.
No futebol, esse movimento também se reflete em iniciativas como a do São Paulo FC, que colaborou com a marca de moda Reserva para lançar uma coleção casual, combinando o universo esportivo com o estilo de vida urbano. Paralelamente, a tendência da Jersey Culture segue em alta, com exemplos como a coleção vintage da Umbro para o Santos, inspirada na banda Charlie Brown Jr., e as recentes colaborações com Your ID e Tracksuit Mafia, que uniram cultura urbana e futebol de forma única e autêntica. O varejo esportivo evolui ao integrar moda e funcionalidade, ampliando seu público com produtos versáteis e autênticos que conectam esporte e estilo de vida.
As tendências de 2025 revelam um esporte cada vez mais conectado à inovação, sustentabilidade e bem-estar. Da personalização digital ao impacto do ESG, o setor demonstra sua capacidade de se adaptar às demandas contemporâneas. Com os avanços observados, permanecemos atentos aos desdobramentos de 2025, que prometem ampliar essas transformações e abrir novas oportunidades no esporte e no consumo global.
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