DeepSeek: Revolução ou o Cavalo de Troia Chinês?

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Empresa chinesa provocou uma queda de 16,62% nas ações da Nvidia nesta segunda-feira (27) O post DeepSeek: Revolução ou o Cavalo de Troia Chinês? apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Jan 27, 2025 - 22:20
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DeepSeek: Revolução ou o Cavalo de Troia Chinês?

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Hoje, o mercado financeiro americano foi sacudido por uma startup chinesa até então desconhecida, a DeepSeek, que provocou uma queda de 16,62% nas ações da Nvidia, um dos pilares da tecnologia americana. Fundada em 2023, a DeepSeek está sendo saudada como uma revolução no campo da inteligência artificial, mas será que as promessas dessa empresa resistem a um escrutínio mais profundo? Ou estamos diante de um movimento cuidadosamente arquitetado para desestabilizar o domínio tecnológico do Ocidente?

DeepSeek: O que é?

A DeepSeek nasceu como um braço de pesquisa do fundo quantitativo High-Flyer, com 8 bilhões de dólares sob gestão. A empresa alega ter desenvolvido um modelo de IA avançado, o DeepSeek-R1, gastando apenas 5,6 milhões de dólares em poder computacional. Para efeito de comparação, gigantes como OpenAI e Google gastaram centenas de milhões e estão investido bilhões para criar seus modelos líderes de mercado.

Se a narrativa é de eficiência, os números parecem quase milagrosos. Liang Wenfeng, um gestor de fundo de investiments e fundador da startup, montou uma equipe jovem e talentosa, recrutada de universidades de elite como Tsinghua e Peking. A promessa é de que essa abordagem disruptiva possa reescrever as regras da corrida pela inteligência artificial.

Mas será que é só isso? A história parece boa demais para ser verdade.

O contexto: um momento crítico para o Ocidente

A ascensão da DeepSeek ocorre em um momento de tensão geopolítica. Com Donald Trump de volta à presidência dos Estados Unidos, o cenário prevê endurecimento nas relações entre EUA e China. Trump declarou que espera uma relação mais equilibrada entre as duas potências e deixou claro que não hesitará em impor tarifas pesadas sobre produtos chineses.

Nesse contexto, a DeepSeek aparece como uma carta estratégica. Não é apenas sobre tecnologia, mas sobre narrativas. Ao afirmar que se equiparou aos gigantes americanos com uma fração dos custos, a DeepSeek mina a confiança no modelo de inovação que sustenta a hegemonia ocidental há décadas. E isso não parece coincidência.

A pergunta que poucos estão fazendo, mas que precisa ser feita, é: essa startup é realmente uma revolução ou um Cavalo de Troia projetado para fragilizar o Ocidente e posicionar a China como líder global em inovação tecnológica?

Censura e controle: as marcas da DeepSeek

Por mais impressionante que pareça o desempenho técnico da DeepSeek, já há sinais claros de onde essa tecnologia se origina. Testadores iniciais relatam que o assistente de IA não responde a perguntas relacionadas ao governo chinês ou a temas sensíveis ao Partido Comunista. Isso não é apenas um detalhe técnico; é um reflexo direto do sistema em que a DeepSeek opera.

Se a censura é tão evidente na superfície, o que mais pode estar embutido em sua arquitetura? E, talvez mais importante: como confiar em uma tecnologia que, desde o início, parece priorizar controle em vez de transparência?

Revolução ou manipulação?

Se as alegações da DeepSeek forem verdadeiras, estamos diante de um marco tecnológico que forçará o Ocidente a repensar suas estratégias de inovação. Mas, se forem infladas ou manipuladas – o que, convenhamos, não seria inédito –, o que estamos presenciando é uma tentativa clara de desestabilizar o mercado e questionar a liderança americana em tecnologia.

E quem ganha com isso? O governo chinês, sem dúvida. Mas a verdadeira questão é: quem está realmente ganhando com essa desestabilização? A resposta parece óbvia: a China, que se posiciona como uma alternativa cada vez mais viável à liderança americana em tecnologia. Ao promover uma narrativa de disrupção tecnológica, a DeepSeek não só desafia os gigantes americanos como também reforça a imagem da China como um player indispensável na corrida global pela IA.

Quem perde?

Os maiores perdedores, até agora, são as gigantes ocidentais. A Nvidia já sentiu o golpe. Outras empresas podem seguir o mesmo caminho se o mercado continuar reagindo à narrativa da DeepSeek.

Mas o impacto disso vai além das narrativas. A confiança em tecnologias globais pode ser profundamente abalada, especialmente se os mercados começarem a questionar a transparência de startups que surgem com números tão discrepantes.

Conclusão: Ceticismo como arma

A DeepSeek já conseguiu o que queria: colocou seu nome no mapa, o mercado de joelhos e atraiu a atenção do mundo. Mas, antes de celebrarmos essa suposta revolução, precisamos ser céticos. Precisamos perguntar o que está por trás dessas alegações e considerar o impacto que elas têm no equilíbrio de poder global.

No mundo da tecnologia, nada é neutro. Cada avanço é também uma declaração de poder. A DeepSeek pode ser uma revolução? Pode. Mas também pode ser uma jogada estratégica que redefine a disputa tecnológica entre Oriente e Ocidente – e, neste caso, não há espaço para ingenuidade.

O futuro da inteligência artificial está em jogo, e o Ocidente precisa estar preparado para responder. Afinal, o maior erro seria subestimar um adversário que não joga apenas pela inovação, mas pelo domínio.

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