Câmara e Senado devem eleger Motta e Alcolumbre neste sábado
Ambos são favoritos a vencerem suas disputas; caso eleitos, terão mandatos até 2027
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) devem ser eleitos neste sábado (1º.fev.2025) para presidirem a Câmara e o Senado, respectivamente. Caso o favoritismo de ambos se confirme, exercerão mandatos de 2 anos –até 2027.
Na Câmara, Motta conta com o apoio de 18 partidos que, juntos, reúnem 495 dos 513 deputados da Casa. A eleição está marcada para as 16h. O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) também são candidatos, mas suas vitórias são improváveis.
No Senado, a situação é semelhante. Alcolumbre é apoiado por 8 dos 12 partidos representados na Casa Alta. No total, 69 senadores endossam o amapaense. São necessários ao menos 41 para ele ser eleito em 1º turno.
A disputa no Legislativo é crucial para o Palácio do Planalto. Os presidentes das Casas podem embalar ou atrapalhar o governo. Os chefes do Legislativo têm autoridade para definir a pauta de votações, influir na escolha de relatores de propostas importantes e emperrar ou autorizar a abertura de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).
SAIBA QUEM É HUGO MOTTA
Hugo Motta, 35 anos, nasceu em João Pessoa, capital da Paraíba. É formado em medicina pela Faculdade Nova Esperança e pela Universidade Católica de Brasília. Elegeu-se deputado federal em 2010, quando tinha 21 anos, e está no 4º mandato consecutivo na Casa Baixa.
É de família de políticos. Seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), é prefeito de Patos, na Paraíba, a 4ª maior cidade do Estado e seu principal reduto eleitoral. Sua avó materna, Francisca Motta (Republicanos), também foi prefeita do município e está no 5º mandato como deputada estadual.
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O nome de Motta ganhou força após o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, desistir da candidatura para emplacar um nome com menos resistência por parte de congressistas de outros espectros políticos.
As articulações para a campanha à presidência de Motta foram bem-sucedidas. O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoia o paraibano. O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, também.
Nos bastidores, Motta superou Elmar Nascimento (União Brasil-BA), antes favorito a vencer a disputa presidencial da Câmara. O endosso do presidente Arthur Lira (PP-AL) a Motta foi crucial para a desistência do baiano.
SAIBA QUEM É DAVI ALCOLUMBRE
De ascendência marroquina, Davi Alcolumbre, 47 anos, é natural de Macapá, capital do Amapá. Presidiu o Senado de 2019 a 2021, sendo o 1º judeu a ocupar o cargo no Brasil.
Sua trajetória política iniciou em 1999, quando foi eleito vereador de Macapá pelo PDT. Em 2003, deixou o mandato de vereador para assumir o cargo de deputado federal. Manteve-se no PDT até 2005, quando passou a compor o PFL para as eleições de 2006. Foi reeleito deputado federal.
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Alcolumbre se afastou da Câmara em 2009 para ocupar o cargo de secretário municipal de Macapá. Retornou à Casa em 2010 e foi reeleito.
Em 2012, o amapaense foi candidato a prefeito da capital do Estado onde nasceu, mas não foi eleito. Ficou em 4º lugar com 21.796 votos. Retornou ao cargo de deputado após a eleição e, em 2014, foi eleito pela 1ª vez ao Senado para um mandato de 8 anos. Em 2018, concorreu ao governo de Amapá e ficou em 3º lugar.
Alcançou pela 1ª vez a presidência do Senado, em 2019. Teve o apoio do governo do ex-presidente Bolsonaro, que se repete agora. O PT, do presidente Lula, também o apoia.
A articulação do congressista amapaense foi bem-sucedida. Assim como Motta, o senador uniu partidos de espectros políticos opostos. Além do PT e PL, ele conta com o endosso de PP, PDT e PSB, além de seu partido, o União Brasil. Juntas, as siglas somam 44 senadores.