Caiado lançará candidatura a presidente em 28 de março

O governador de Goiás, do União Brasil, quer disputar o Palácio do Planalto em 2026; ele está, entretanto, inelegível

Fev 2, 2025 - 00:17
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Caiado lançará candidatura a presidente em 28 de março

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que lançará sua candidatura a presidente da República em 28 de março de 2025, em Salvador, na Bahia, onde receberá o título de cidadão baiano. 

Caiado esteve no Senado, neste sábado (1º.fev.2025), para apoiar a eleição de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para presidente da Casa Alta.

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O governador de Goiás voltou a confirmar sua candidatura a presidente em entrevista a jornalistas: “Vou concorrer, tanto é que vocês já estão convidados aqui para o dia 28 de março. Já vou dar partida na minha pré-candidatura a presidente da República. E daí já vou começar a andar o Brasil nos finais de semana, já percorrendo todos os Estados e levando a nossa discussão, a nossa proposta”.

A primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado, é baiana. Nasceu em Feira de Santana. É cotada para disputar o Senado pelo Estado em 2026.

Caiado, no entanto, não indicou quem deve ser seu vice na disputa para presidente. Declarou ser “muito cedo” e que aguardará a Convenção Nacional do União Brasil, que será realizada em 2026.

O governador tem tentado viabilizar sua candidatura desde a sua reeleição para governador de Goiás. No início, buscou se colocar como um candidato de Jair Bolsonaro (PL).

A eleição municipal de 2024, no entanto, inviabilizou isso. Os 2 bancaram candidatos adversários na concorrência pela Prefeitura de Goiânia e a disputa acabou se tornando um enfrentamento indireto entre o governador e o ex-presidente.

A Justiça Eleitoral de Goiás, numa decisão de 1ª instância, tornou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), inelegível por 8 anos por abuso de poder político. Também determinou a inelegibilidade pelo mesmo período e a cassação do registro do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e da vice-prefeita eleita, Cláudia da Silva Lira, a coronel Cláudia (Avante).

A determinação foi proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral da capital de Goiás, por entender que Caiado teria favorecido Mabel e coronel Cláudia, candidatos que tiveram seu apoio. Todos recorreram ao TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral). Como não tem execução imediata, Caiado continuará no cargo.

IMPASSE

Outro impasse a ser enfrentado por Caiado é o apoio do partido. O União Brasil está, hoje, na base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governador, que já foi deputado federal e senador, é historicamente oposição aos governos petistas.

O partido, hoje, tem 3 ministérios no governo Lula: Turismo (Celso Sabino), Comunicações (Juscelino Filho) e Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes).

Em 2026, a sigla terá de decidir se irá lançar candidato próprio ou se apoiará a reeleição de Lula. O petista tem trabalhado para garantir o apoio e pode ampliar o espaço do União Brasil no Planalto, em reforma ministerial planejada para ser feita depois da eleição do Congresso.

PEC DA SEGURANÇA PÚBLICA

Caiado também se manifestou, mais uma vez, contra a PEC da Segurança Pública.

O governador tem sido um dos mais combativos na discussão da proposta de emenda à constituição. A ideia do governo é dividir a responsabilidade com os Estados pelas polícias civil e militar.

Os chefes dos Executivos estaduais alegam que o governo federal acabará interferindo na autonomia das unidades da Federação. 

O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) enviou um novo texto à Casa Civil com adaptações para atender às demandas dos governadores.

Na coletiva deste sábado (1º.fev), no entanto, Caiado reafirmou sua posição. “Como é que o deputado federal vai votar para tirar poder do seu ente federado? Como é que ele vai explicar isso na sua base? Como é que um senador da República vai explicar que votou contra, sendo que ele é o representante da unidade federativa?”, questionou.

Para o governador de Goiás, a medida é “descabida” e “desarrazoada”.

“É algo que mostra o sentimento deste atual governo em concentrar poderes. Essa que é a finalidade deste governo”, afirmou Caiado.