Arqueólogos encontram “múmia de gesso” na Inglaterra
Segundo os arqueólogos, elementos preservados no gesso revelam que a múmia fazia parte da elite. The post Arqueólogos encontram “múmia de gesso” na Inglaterra appeared first on Giz Brasil.
Arqueólogos descobriram um cemitério romano na Inglaterra com uma inesperada “múmia de gesso” no túmulo central. De acordo com os pesquisadores, este túmulo central pertencia a um indivíduo da elite, construído usando uma única pedra de calcário.
Em um comunicado, a empresa que realizou a escavação, Headland Archaeology, afirma que o sepultamento usou gipsita líquida — ou seja, pedra de gesso derretida. O gesso líquido transforma os cadáveres em múmias ao criar um resistente molde ao redor do corpo.
“Por razões que os arqueólogos ainda não entendem totalmente, os romanos costumavam derramar gipsita líquida – mineral usado para criar vários tipos de cimento e gesso – nos cadáveres de adultos e crianças em caixões de chumbo ou pedra antes de enterrá-los”, diz o comunicado.
“Múmia de gesso” era da elite romana na Inglaterra
Ainda de acordo com os arqueólogos, o método dos romanos preserva algumas impressões digitais dos indivíduos, mas a prática é algo raro no registro arqueológico da Grã-Bretanha.
Isso porque a técnica de usar gessos nos mortos era comum em centros urbanos. Contudo, a Inglaterra foi totalmente uma região agrária durante o período romano, destacando a raridade das “múmias de gesso”, conforme os arqueólogos.
Aliás, as escavações só ocorreram no local para certificar que a construção de uma rodovia não destruísse os tesouros arqueológicos.
Ossos do cadáver em gesso. Imagem: Headland Archaeology/Reprodução
Análises da “múmia de gesso” da Inglaterra, realizadas por arqueólogos da Universidade de York, revelaram traços de perfumes e óleos caros, associando a prática com o sepultamento de pessoas da elite.
Os arqueólogos encontraram também vestígios do sudário do indivíduo, bem como um pedaço do tecido, nos fragmentos do gesso.
Imagem: Headland Archaeology/Divulgação
Além disso, eles também recuperaram um recipiente de vidro, fragmentos de couro, pedaços de cerâmica e um osso de animal. Tudo isso pelos fragmentos de gesso que estavam ao redor do túmulo.
Pesquisadores da Headland Archaeology acreditam que o recipiente de vidro servia para brindes em homenagem ao morto logo após o enterro.
Os arqueólogos sugerem que o caixão também é uma das provas de que “a múmia de gesso” pertencia a um membro da elite romana na Inglaterra. Além de sua construção detalhada, a pedra de calcário do caixão veio de um lugar a 50 quilômetros de distância do cemitério.
Considerando esses fatores, os arqueólogos suspeitam que a múmia era o chefe de uma família da elite da era romana na Grã-Bretanha. O cemitério também exibe diversas práticas romanas de enterro, com túmulos de cremação e para enterros infantis.
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