A casa dos anos 60 do designer Paulo Biacchi
Paulo Biacchi alugou uma casa abandonada e a transformou em um lar com muitas camadas de história. Na decoração, seu estilo inventivo e nada óbvio pauta as escolhas e o clima! O post A casa dos anos 60 do designer Paulo Biacchi apareceu primeiro em Histórias de Casa.
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Para quem conhece o trabalho do designer de produtos Paulo Biacchi no Estúdio Fetiche, em sua marca Dejetos e também em seu canal do YouTube, é possível imaginar algumas características do lar onde ele vive com os seus filhos: certamente um lugar com muitos garimpos, objetos autorais e um toque de bom humor nas composições. Ainda assim, quando se trata de Paulo, é necessário guardar espaço também para o imprevisível, aquilo que vai além do pressuposto, ideias que fogem do óbvio e até mesmo um pouco de improviso.
Paulo conta que antes de se mudar, o imóvel estava praticamente abandonado, mas o charme da construção dos anos 60 e o espaço amplo com direito à área externa e uma edícula no jardim definitivamente o conquistaram a ponto de topar a empreitada de construir ali o seu novo lar. Com um detalhe: como a casa é alugada, ele precisaria pensar em soluções acessíveis — o que pareceu um bom desafio diante de sua própria forma de pensar o universo do design, das reformas e da história das coisas.
Uma observação de Paulo é que a própria casa já apresentava diferentes camadas em sua estrutura: a maioria dos acabamentos é típica dos anos 60, como os tacos da sala e o piso de cacos grandes na cozinha e nos banheiros, mas, em algum momento, o antigo morador renovou certos trechos da casa, que acabaram ficando descaracterizados, como a parede da sala, a lareira e o teto com sancas de gesso. Para incorporar esses elementos à estética atual do lar, Paulo optou pelo humor: o teto foi ressignificado com listras feitas pelo Orí Interiores, já a lareira ganhou uma cabeça de alce de pelúcia e uma placa com a palavra “AFF”.
No geral, sua ideia foi construir ainda mais camadas por meio da decoração, em grande estilo maximalista. Na sala, por exemplo, ele manteve os lustres e o buffet que já estavam no endereço, mas adicionou um sofá contemporâneo, uma mesa de estilo industrial, cadeiras vintage, obras de arte e intervenções que misturam diferentes referências, como as placas de trilha compradas de um guia local na Ilha de Superagui, no Paraná.
Na cozinha, uma pequena obra retirou a antiga bancada de alvenaria e deixou exposta a parede de tijolinhos, enquanto a nova bancada em aço inox tornou a rotina mais prática com um ótimo custo-benefício. Já no banheiro, Paulo confessa: ele não resistiu a uma reforma completa, pois o espaço estava totalmente descaracterizado. Na transformação, ele adicionou novos acabamentos, trocou o chuveiro de lugar, abriu uma janela com cobogós e instalou 2 cubas, já que o cômodo também é usado pelos filhos, Nina e Chico.
A área externa também revela seus encantos: no quintal dos fundos, a edícula é usada por Paulo e alguns colegas como escritório, enquanto no jardim da frente, o morador construiu uma espécie de mirante para os filhos: “Como designer de produtos, eu sempre faço um projeto antes de executar qualquer coisa, e a brincadeira ali foi a construção de forma orgânica, sem desenhar primeiro”, ele diz.
No dia a dia, a rotina é bem dinâmica: quando as crianças estão em casa, as manhãs começam mais cedo, os espaços ficam mais vivos e bagunçados, e Nina e Chico já têm o olhar treinado para procurar as novidades que o pai inventa na decoração. Por outro lado, quando eles estão com a mãe, Paulo consegue aproveitar a casa com mais calma, reservando tempo não só para regar, mas cuidadosamente tirar as folhas secas de cada planta – uma de suas atividades preferidas nas horas vagas.
Apaixonado pelo design fora da caixa, Paulo brinca que seu lar é praticamente uma “casa-teste”, que está sempre em transformação, com liberdade para pintar, furar, deixar marcas e brincar com composições. O resultado é pura efervescência com essência maximalista e camadas e mais camadas de informação. Afinal, com uma mente tão criativa e inquieta, qual seria a graça de viver sem toda essa liberdade?
Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Felco
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