500 pessoas mais ricas do mundo perdem US$ 108 bi em dia de “efeito DeepSeek”
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As 500 pessoas mais ricas do mundo, puxadas pelo cofundador da Nvidia, Jensen Huang, perderam um total combinado de US$ 108 bilhões na segunda-feira (27), à medida que uma venda liderada por tecnologia, ligada ao desenvolvedor de IA chinês DeepSeek, fez os principais índices despencarem.
Os bilionários cujas fortunas estão ligadas à inteligência artificial foram os maiores perdedores: Huang viu sua fortuna cair US$ 20,1 bilhões, uma queda de 20%, enquanto a perda de US$ 22,6 bilhões do cofundador da Oracle, Larry Ellison, foi maior em termos absolutos, mas representou apenas 12% de sua fortuna, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg. Michael Dell, da Dell, perdeu US$ 13 bilhões, e Changpeng “CZ” Zhao, cofundador da Binance, viu sua fortuna diminuir em US$ 12,1 bilhões.
Os titãs do setor de tecnologia, como um todo, viram US$ 94 bilhões de riqueza evaporarem — cerca de 85% da queda total do índice da Bloomberg. O Índice Nasdaq Composite caiu 3,1%, e o S&P 500 caiu 1,5%.
A DeepSeek, com sede em Hangzhou, vem desenvolvendo modelos de IA desde 2023, mas a empresa chamou a atenção de muitos investidores ocidentais neste fim de semana, quando seu aplicativo de chatbot gratuito DeepSeek R1 liderou as paradas de downloads em todo o mundo. Tantos novos usuários se inscreveram que a DeepSeek teve dificuldades para manter o aplicativo online, enfrentando quedas e forçando-a a restringir inscrições a usuários com números de telefone chineses.
A entrada inesperada da DeepSeek na corrida da IA, que segundo a empresa custou apenas US$ 5,6 milhões para ser desenvolvido, desafia a narrativa do Vale do Silício de que enormes gastos de capital são essenciais para desenvolver os modelos mais fortes. Isso foi um duro golpe nos bilionários cujas fortunas estão ligadas à cadeia de suprimentos de IA ocidental, que tem sido o maior motor do mercado de ações nos últimos dois anos.
Roteiro parecido
As avaliações em alta para os chamados hyperscalers de IA — incluindo Meta, Alphabet e Microsoft — geraram bilhões em riqueza para seus proprietários desde que a OpenAI lançou o ChatGPT em novembro de 2022. Essas empresas, na maior parte, operaram com um roteiro semelhante: gastar enormes quantias para desenvolver e operar sistemas de IA, acumulando semicondutores de ponta e os suprimentos de energia necessários para operá-los.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou na sexta-feira que a empresa planejava gastar de US$ 60 bilhões a US$ 65 bilhões em projetos relacionados à IA este ano, bem acima das estimativas de Wall Street. Os gastos de capital em todas as grandes empresas de tecnologia estão a caminho de alcançar US$ 200 bilhões em 2025, de acordo com um relatório da Bloomberg Intelligence.
Apesar da receita limitada para justificar todos os seus investimentos até agora, os mercados recompensaram as ações de tecnologia dos EUA com avaliações recordes, que, por sua vez, geraram ganhos históricos de riqueza para seus proprietários. A Nvidia se destacou como o maior vencedor individual do boom da IA até agora, com a fortuna de Huang aumentando quase oito vezes para US$ 121 bilhões desde o início de 2023 até sexta-feira. A fortuna de Zuckerberg subiu 385% para US$ 229 bilhões no mesmo período e a de Jeff Bezos, da Amazon.com Inc., aumentou 133% para US$ 254 bilhões.
Embora Huang e Ellison tenham sofrido perdas, as fortunas de outros grandes bilionários da tecnologia saíram ilesas. A fortuna de Zuckerberg terminou o dia em alta, ganhando US$ 4,3 bilhões à medida que a Meta se recuperou de uma queda no início da sessão. A riqueza de Bezos subiu cerca de US$ 632 milhões.
Gastos de capital
O fato de a DeepSeek ter conseguido desenvolver um modelo gratuito que potencialmente rivaliza ou supera concorrentes como o ChatGPT e o Claude da Anthropic a uma fração do custo de desenvolvimento levou os investidores a questionar a lógica por trás da dependência do Vale do Silício em relação aos gastos de capital.
Uma razão chave pela qual a DeepSeek não dependia de grandes investimentos e chips de ponta para desenvolver seu modelo é que as empresas chinesas tiveram acesso limitado às poderosas GPUs, ou unidades de processamento gráfico, das quais a maioria das empresas ocidentais depende desde que o governo dos EUA instituiu controles de exportação rígidos sobre os chips mais avançados.
Em uma entrevista à CNBC na semana passada, Alexandr Wang, CEO da fornecedora de dados de treinamento Scale AI, disse que, apesar dos controles de exportação, a DeepSeek e outros desenvolvedores chineses provavelmente têm mais GPUs do que o Vale do Silício imagina.
“Os laboratórios chineses têm mais H100s do que as pessoas pensam,” disse Wang, referindo-se ao chip de IA de ponta da Nvidia. “Meu entendimento é que a DeepSeek tem cerca de 50 mil H100s, que eles não podem falar, obviamente, porque isso vai contra os controles de exportação que os EUA têm em vigor.”
© 2025 Bloomberg L.P.
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